Mesmo com o elevado índice de construção e poucas terras disponíveis as pessoas continuam vindo para a cidade
Em 20 anos, a população de Fort Lauderdale praticamente dobrará de tamanho, com mais 130.000 pessoas andando pelas ruas, brincando nos parques e usando a infra-estrutura, de acordo com um estudo apresentado aos vereadores nesta terça-feira (20/12).
No momento em que os líderes consideram a permissão para se construir mais 3.000 unidades residenciais no downtown da cidade, um panorama claro está surgindo sobre como a cidade parecerá no futuro, quem será capaz de viver nela e o que precisa ser mudado antes de alguém mais mudar para fort Lauderdale.
Vários arranha-céus e chic townhouses continuarão a ser construídos em downtown, bem como em outras áreas da cidade, se for mantido o ritmo atual de construções.
As autoridades de Fort Lauderdale propõem grande mudanças para tornar a cidade mais parecida com um centro urbano. Se os projetos apresentados aos vereadores tornarem-se realidade, as principais artérias de downtown — Andrews Avenue e Northeast Third Avenue — serão estreitadas. Novas vias para bicicletas e pistas para retornos serão acrescentadas, e o estacionamento nas ruas será incentivado.
“É um grande passo para downtown”, disse Charlie Ladd, presidente do Downtown Development Authority (órgão responsável pelo desenvolvimento do centro da cidade). “Se pudermos fazer isto, será ótimo poder remodelar este downtown.” Até mesmo a Federal Highway será modificada, com calçadas largas, mais vegetação e nova iluminação.
À medida que a população cresce, os serviços da cidade precisam acompanhar a tendência. Usinas de tratamento de água serão expandidas; e a tubulação de água, fortemente danificada pelo furacão Wilma, será refeita.
Também no futuro: parques. Vários deles. Para manter Fort Lauderdale verde, os vereadores estão considerando uma verba especial para novos desenvolvimentos. Fundos vão diretamente para construção e manutenção de parques.
Mas de todas as mudanças registradas em Fort Lauderdale, há uma que parece destinada apenas os de alta renda. O preço médio de uma casa era mais de $340,000 entre julho e setembro, de acordo com o estudo, e o preço médio de um condomínio ficava em torno de $320,000. E a renda média dos moradores é de $58,100.
“Há uma grande necessidade de se ter uma realidade atingível”, disse o vereador Carlton Moore. “Tenho um filho que acabou de se formar, e quero que ele saia de casa. Quero que ele e meus outros filhos vivam, trabalhem e se divirtam em Fort Lauderdale.Mas temo que o sonho americano está deixando de ser atingível nesta cidade.”
Embora o estudo tenha mostrado que o aluguel de um apartamento de um ou dois quartos seja acessível para a média dos moradores, condomínios de alto luxo e casas grandes construídas em pequenos lotes estão rapidamente subsituindo-os. “A maioria do conjunto de apartamentos de aluguel têm menos de 100 unidades”, disse said Robert Gray, do Strategic Planning Group, que realizou o estudo.
Os vereadores concordaram em marcar uma reunião para discutir soluções propostas pelo estudo a respeito de imóveis acessíveis para a população, inclusive a exigência de algumas unidades serem reservadas para pessoas com menor poder aquisitivo, quando o projeto estiver sendo construído.
“Admito que este problema não é exclusivo de Fort Lauderdale ou do condado de Broward. Ele atinge todo o sul da Flórida”, constatou Gray.