O Senado dos Estados Unidos, que passou para o domínio dos democratas após as eleições legislativas de 2006, não cortará o financiamento para a guerra do Iraque, mas quer que o presidente George W. Bush apresente um plano concreto para o fim do conflito, disse hoje um senador do partido.
Carl Levin, de Michigan, que preside o Comitê de Forças Armadas, declarou no programa “This Week”, da rede de TV “ABC”, que o Senado não debaterá, por enquanto, as reivindicações de eleitores democratas para que o Congresso termine a guerra por meio do corte de fundos.
“Não, não vamos votar pelo corte de fundos. Ponto final”, afirmou.
O chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, de Nevada, disse recentemente ser favorável a uma suspensão do financiamento, que force o presidente Bush a iniciar a retirada de tropas americanas do Iraque.
“Mesmo Reid reconheceu que não votaremos isso. Ele tem uma posição pessoal, que não é a posição da bancada democrata”, disse Levin. “Não vamos cortar os fundos para nossas tropas”, acrescentou.
“O que devemos fazer é continuar pressionando o presidente para que ele incite os governantes iraquianos a chegarem a uma solução política”, afirmou Levin. “O presidente não está concentrando esforços nesse assunto. Disse que o faria em janeiro, mas acabou não fazendo”, informou.
O presidente Bush ordenou em janeiro deste ano o envio de mais de 21.500 soldados como reforço para os 140 mil que já estavam no Iraque, e disse que o excedente proporcionaria ao governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki o tempo necessário para assegurar o controle de Bagdá.
No ano fiscal em curso, Bush pediu ao Congresso mais de US$ 100 bilhões para pagar as guerras do Iraque e do Afeganistão.
O Senado e a Câmara de Representantes aprovaram suas versões dos fundos, mas ambos os projetos requerem que Bush estabeleça um cronograma para a retirada das tropas,
O presidente americano se nega categoricamente, no entanto, a aprovar a proposta.
O senador republicano Jon Kyl, do Arizona, disse que “a melhor forma para que os EUA saiam do Iraque” é por meio de “uma estratégia que dê estabilidade ao país, de modo que o governo iraquiano possa manter a segurança”.
“Os problemas políticos que devem ser resolvidos não podem ser solucionados em uma situação de instabilidade e violência”, acrescentou.
O também republicano Arlen Specter, da Pensilvânia, disse que o Senado não pode deixar sem financiamento as tropas que estão em terreno de guerra.
“Isso simplesmente não pode ser feito. O Congresso não está em posição de conduzir a guerra. Eu não estou disposto neste momento a cortar os fundos, mas minha paciência, como a de muitos outros, está se esgotando”, concluiu.