O prefeito de South Miami, Javier Fernandez, disse na noite desta terça, 18, que caberá à Justiça determinar se o departamento de polícia da cidade é obrigado atuar como os agentes federais, questionando e prendendo imigrantes sem documentação durante suas atividades de rotina. South Miami ainda não encaminhou a consulta ao juiz. Fernandez ressaltou que o objetivo da consulta é ouvir a opinião do tribunal sobre a legislação e quais são as obrigações do município, deixando de lado a questão política.
“Temos que estar atentos ao fato de que estamos operando em um ambiente onde as pessoas querem marcar pontos políticos. E sabe de uma coisa? Eu não me importo. O que eu quero é viver em uma sociedade onde operamos pelo estado de direito”, afirmou o prefeito.
A decisão de envolver os tribunais ocorreu após o procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, falar às autoridades de Fort Myers que elas violaram uma lei estadual quando optaram por não fazer um acordo com o Serviço de Imigração e Alfândega. Por esse acordo, aos departamentos de polícia teriam a capacidade de parar e deter imigrantes indocumentados durante seus trabalhos de rotina.
Uthmeier alertou que qualquer município com uma força policial que opte por não assinar o acordo poderá enfrentar penalidades civis e criminais, incluindo a suspensão do cargo pelo governador Ron DeSantis. As autoridades municipais temem retaliações do Estado, como cortes no orçamento de seus projetos.
Na Flórida, mais de 100 agências de aplicação da lei assinaram para participar do programa federal de fiscalização da imigração. Dezenas de departamentos de polícias, incluindo os de Coral Gables, Key West, Tampa e St. Petersburg se integraram à força-tarefa. DeSantis tem como meta colocar a polícia estadual e local na vanguarda da repressão do presidente Donald Trump à imigração ilegal.
