Nove pessoas foram acusadas de um esquema de contrabando de pelo menos 200 milhões de dólares em produtos falsificados e outros produtos ilegais da China para os EUA através do complexo portuário da Baía de San Pedro, em Los Angeles e Long Beach.
Uma acusação de 15 acusações feita pelo Ministério Público dos EUA, divulgada na sexta-feira (24), acusa nove réus de conspiração, contrabando e quebra de selos alfandegários. O esquema ocorreu pelo menos de agosto de 2023 a junho de 2024, dizia o comunicado.
Durante a investigação, as autoridades apreenderam mais de 130 milhões de dólares em contrabando não especificado, mas as autoridades acreditam que o valor real do produto contrabandeado em toda a cadeia é superior a 200 milhões de dólares. De acordo com a acusação, uma busca num armazém utilizado pelo grupo levou à apreensão, em junho de 2024, de 20 milhões de dólares em artigos falsificados, incluindo sapatos, perfumes, bolsas de luxo, vestuário e relógios.
Os réus alegadamente levaram contêineres sinalizados para inspeção secundária fora do local pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), descarregaram o contrabando e depois encheram os contêineres-alvo com carga de enchimento para enganar os funcionários aduaneiros e fugir à aplicação da lei.
“Foi uma equipe de especialistas agrícolas do CBP designados para o porto marítimo de Los Angeles/Long Beach que em 2023, durante um exame de rotina de um contêiner, fez a descoberta inicial”, disse Cheryl Davies, diretora de operações de campo em Los Angeles do CBP. “Este caso atesta a sua vigilância inabalável, o máximo profissionalismo e o forte foco na proteção da integridade do comércio legal, um componente-chave da nossa missão crítica de segurança nacional”.
Segundo o CBP, os especialistas perceberam que o selo de segurança parecia ter sido adulterado e a carga contida não correspondia ao que constava no manifesto de embarque.
Os promotores disseram que os selos de segurança falsificados são usados para enganar as autoridades alfandegárias e também foram enviados da China para os EUA.
De acordo com o porta-voz do CBP dos EUA, Jaime Ruiz, as acusações envolvem a maior fraude comercial já registrada no complexo portuário de Los Angeles-Long Beach.
Até à data, as autoridades apreenderam mais de 1.3 bilhão de dólares em produtos falsificados associados a este e a esquemas semelhantes de troca de selos.
“Portos marítimos e fronteiras seguras são fundamentais para a nossa segurança nacional”, disse o procurador interino dos Estados Unidos, Joseph McNally. “O contrabando de enormes quantidades de contrabando da China através do maior porto do nosso país prejudica as empresas e os consumidores americanos. As acusações e detenções aqui demonstram o nosso compromisso de fazer cumprir as nossas leis alfandegárias e manter o público americano seguro.”
De acordo com um anúncio feito na segunda-feira (27), oito suspeitos foram presos, sendo sete levados sob custódia na sexta-feira e um detido no sábado.
Weijun Zheng, 57 anos, “o único fugitivo” no caso, segundo o comunicado, continua foragido e acredita-se que esteja na China, onde também residem os parceiros criminosos da quadrilha. Os promotores alegam que Zheng controla várias empresas de logística que operam na área de Los Angeles.
A acusação diz que Zheng, Hexi Wang, de 32 anos, Jin “Mark” Liu, de 42 anos, e outros mantinham e operavam armazéns para armazenar, ocultar e vender grandes quantidades de produtos contrabandeados que foram importados ilegalmente da China para os Estados Unidos. Outro réu, Dong “Liam” Lin, de 31 anos, controlava e operava um dos armazéns onde o contrabando era descarregado, ao lado de Zheng.
Wang e Liu são os respectivos gerentes e proprietários da K&P International Logistics LLC, uma empresa que contrata caminhoneiros comerciais para transportar contêineres do Porto de Los Angeles. Liu supostamente administrava as finanças de um dos armazéns de contrabando e efetuava pagamentos aos motoristas de caminhão que transportavam mercadorias contrabandeadas.
Mais cinco réus estiveram envolvidos na apreensão, todos desempenhando papéis diferentes no esquema.
Marck Anthony Gomez, 49 anos, é dono e opera a Fannum Trucks LLC, uma empresa de transporte rodoviário acusada de coordenar a movimentação de contêineres cheios de contrabando do porto de Los Angeles. Andy Estuardo Castillo Perez, 32 anos, motorista de outra empresa de transporte rodoviário, a M4 Transportation Inc., transportou contêineres para fora dos portos gêmeos.
Jesse James Rosales e Daniel Acosta Hoffman, ambos de 41 anos, coordenavam os caminhoneiros dos portos aos armazéns. Outro conspirador, Galvin Biao Liufu, de 33 anos, orientou e administrou caminhoneiros para trazer o contrabando para os armazéns.
Os caminhoneiros envolvidos ganharam cerca de $10 mil por cada remessa ilegal, segundo os promotores. Esses motoristas normalmente ganham de $200 a $300 cada vez que movimentam um contêiner de remessa.
“A Homeland Security Investigations (HSI) Los Angeles e seus parceiros estão comprometidos em fazer cumprir as leis e práticas alfandegárias, facilitando o comércio legítimo e protegendo a integridade da cadeia de abastecimento do país”, disse o agente especial encarregado da HSI Los Angeles, Eddy Wang, em um comunicado. “O contrabando no valor de 1.3 bilhão de dólares apreendido durante a investigação deste tipo de esquema ilustra como os esquemas complexos de contrabando tentam explorar as nossas práticas comerciais legítimas e o consumidor americano.”
Se condenados por todas as acusações, os nove réus enfrentam uma pena máxima legal de cinco anos de prisão federal por cada acusação de conspiração, até 10 anos de prisão federal por cada acusação de violação de selos alfandegários e até 20 anos de prisão por cada acusação de contrabando. contar.
Os sete presos na semana passada foram indiciados na sexta-feira, onde cada um se declarou inocente das acusações contra eles. A data do julgamento foi marcada para 18 de março. O oitavo réu, que foi preso por acusações estaduais não relacionadas, deverá ser processado em um tribunal federal nos próximos dias.
