O novo longa – A SUBSTÂNCIA – da diretora francesa Coralie Fargeat, estreou nos cinemas pelo mundo no mês passado. E já chegou chegando, chamando a atenção do Oscar por sua originalidade, criatividade, direção, efeitos práticos, roteiro extremamente complexo e as atuações das protagonistas – Demi Moore e Margaret Qualley. O filme conta a história de Elisabeth Sparkle, uma celebridade em declínio, que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma. Agora, a atriz se vê dividida entre suas duas versões que devem coexistir enquanto navegam pelos desafios da fama e da identidade. E Nossa Senhora, que experiência incrível foi assistir a este filme numa sala de cinema!
O filme aborda temas bem profundos, como crise de identidade e baixa autoestima em mulheres, e com isso tudo, conseguiu explorar a natureza humana de uma maneira que poucos filmes conseguem. Demi Moore entrega uma performance poderosa e emocional, enquanto Margaret Qualley brilha com sua interpretação sutil e cativante. A química entre as duas atrizes é sensacional e adicionou uma camada extra de profundidade à narrativa. Nada melhor do que um filme que já tem um roteiro bom, e, sobretudo, atores e atrizes que cooperam perfeitamente para seus papéis. A direção da grande Coralie Fargeat é impecável, com cenas visualmente deslumbrantes que complementaram a história de forma magistral. Por ter um orçamento pequeno, tiveram que usar somente efeitos práticos, e nunca vi algo igual. Que perfeição! É um filme que mexe com sua mente por ser meio que um “suspense psicológico”, com alguns elementos de terror. Dá para ver de cara as inspirações que Coralie Fargeat levou para realizar este filme, como “Carrie”, “The Fly”, e “The Elephant Man”. Três filmes icônicos do mesmo gênero que “A Substância”, o qual já se classificou como um novo clássico.
Resumindo, dificilmente terá outro este ano tão bom quanto “A Substância”. Eu poderia chamá-lo de um exemplo perfeito de como “capturar a magia do momento”. Não frequentemente se lançam filmes assim no cinema, principalmente nos dias de hoje, onde o que mais domina são os “blockbusters”. No Oscar de 2025, não tenho dúvida de que “A Substância” fará parte de muitas nomeações. A Academia adora filmes como este – orçamento pequeno com uma história única e original. Então fica a recomendação para todos que apreciam um bom drama psicológico e atuações de alto nível. Este longa com certeza deixará uma impressão duradoura em quem for conferir. Não percam a chance de assistir essa obra-prima nos cinemas!
Joa Duarte é um roteirista brasileiro que vive em Miami e já se destaca no cenário cinematográfico, como co-roteirista do filme PONY, e autor de uma série de TV de seis temporadas. Joa é apaixonado por cinema e dedica-se a pesquisar o mercado global da indústria, buscando entender o consumo e as tendências internacionais. Escreve para a revista americana The Teen Magazine e para o AcheiUSA.