Estados Unidos

Economia dos EUA adicionou 12 mil empregos em outubro

A taxa de desemprego permaneceu estável em 4.1%, alinhada com as expectativas dos economistas

O economista-chefe da RSM US destacou que a queda acentuada no número de pessoas que entram nos EUA desde a primavera reduziu a oferta de empregados no mercado de trabalho (Fotos: Middle Market Growth/Unsplash)
O economista-chefe da RSM US destacou que a queda acentuada no número de pessoas que entram nos EUA desde a primavera reduziu a oferta de empregados no mercado de trabalho (Fotos: Middle Market Growth/Unsplash)

O crescimento do emprego desacelerou no mês passado, com os trabalhadores afastados pelos efeitos do furacão e pela greve da Boeing.

O Departamento do Trabalho informou na sexta-feira (1º) que a economia criou 12 mil empregos ajustados sazonalmente em outubro, em comparação com um ganho de 223 mil em setembro. Os economistas entrevistados pelo The Wall Street Journal, prevendo os efeitos da tempestade e da greve, esperavam um ganho de 100 mil.

A taxa de desemprego permaneceu estável em 4.1%, alinhada com as expectativas dos economistas.

A greve da Boeing começou em meados de setembro. O relatório mensal do Departamento do Trabalho sobre a atividade de greve, divulgado na semana passada, informou que havia 33 mil trabalhadores da Boeing em greve durante todo o período de pagamento que incluiu 12 de outubro.

Os formuladores de políticas do Federal Reserve sinalizaram que esperam reduzir sua meta de taxa de juros de referência em um quarto de ponto quando concluírem sua reunião de dois dias na quinta-feira (7) da próxima semana. É improvável que o relatório de sexta-feira mude esse plano.

Ainda assim, com a probabilidade de os dados mostrarem uma volatilidade contínua devido a tempestades e greves, o desafio do banco central nos próximos meses será descobrir o desempenho do mercado de trabalho. Algumas perdas de emprego causadas pelo furacão Milton podem não aparecer até que o relatório de empregos de novembro seja publicado no mês que vem, por exemplo, enquanto as pessoas que voltam a trabalhar depois de perderem temporariamente seus empregos podem empurrar os números para outra direção.

A boa notícia é que, até certo ponto, os efeitos do furacão já se dissiparam. Por exemplo, os pedidos iniciais de seguro-desemprego aumentaram consideravelmente no início de outubro. Mas na quinta-feira (31), o Departamento do Trabalho informou que na semana passada eles caíram ao nível mais baixo desde a primavera.

Enquanto isso, a economia continuou a crescer de forma sólida. O Departamento de Comércio informou na quarta-feira (30) que o produto interno bruto cresceu a uma taxa anual de 2.8% ajustada pela inflação no terceiro trimestre.

Embora a economia e o mercado de trabalho pareçam estar preparados para continuar se apoiando mutuamente, há limites para o número de empregos que os EUA podem acrescentar de forma sustentável, disse Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de consultoria RSM US. A imigração aumentou o contingente de trabalhadores disponíveis durante a maior parte deste ano. Porém, com a queda acentuada no número de pessoas que entram nos EUA desde a primavera, essa oferta foi reduzida.

Enquanto isso, com a parcela de americanos com idades entre 25 e 54 anos que estão empregados perto de seu nível mais alto em um quarto de século, encontrar trabalhadores qualificados não é uma tarefa fácil para as empresas que desejam contratar.

Tudo isso sugere, para Brusuelas, que a economia talvez só precise criar algo entre 100 mil e 150 mil empregos por mês para manter a taxa de desemprego estável.

“Com a economia continuando a ter um desempenho superior e com a oferta de mão de obra diminuída, há um risco real de que a taxa de desemprego diminua, e não aumente”, disse ele.

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