O Washington Post, publicado na capital dos Estados Unidos, anunciou na sexta-feira (25) que, em um movimento que visa “retornar às suas origens”, não endossará nenhum dos candidatos que concorrem nestas eleições presidenciais, nem quaisquer futuros concorrentes.
Ao fazer isso, o jornal, que tradicionalmente se inclina para os democratas e tem sido um forte crítico do ex-presidente Donald Trump, rompeu com a tradição que vinha praticando desde 1980, quando apoiou o democrata Jimmy Carter.
“The Washington Post não endossará nenhum candidato presidencial nesta eleição. Nem em nenhuma eleição presidencial futura. Estamos retornando às nossas raízes de não endossar candidatos presidenciais”, disse o editor e CEO do jornal, William Lewis, em um artigo.
O jornal endossou um candidato presidencial em todas as eleições desde a década de 1980, mas Lewis faz alusão a declarações publicadas anos atrás pelo conselho editorial do The Washington Post, nas quais ele defende o não endosso de nenhum candidato.
Trata-se de um retorno às “nossas raízes de não endossar candidatos presidenciais”, explicou ele. “Reconhecemos que isso será interpretado de diferentes maneiras, como um endosso tácito a um candidato, uma condenação do outro ou uma abdicação de responsabilidade. Isso é inevitável”, acrescentou Lewis, enfatizando que o jornal não vê as coisas dessa forma, mas considera esse gesto ‘consistente’ com os valores da mídia. O jornal, de propriedade do fundador da Amazon, Jeff Bezos, apoiou os candidatos presidenciais democratas em 2008, 2012, 2016 e 2020.
O povo americano irá às urnas na terça-feira, 5 de novembro, para uma eleição presidencial que coloca a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, contra o ex-presidente Donald Trump, que está buscando um segundo mandato não consecutivo em nome do Partido Republicano.
Faltando pouco menos de onze dias para o dia da eleição, as pesquisas mostram um empate entre os dois candidatos. A última pesquisa publicada na sexta-feira pela rede de notícias pró-democrata CNN dá 47% dos votos para cada candidato, o que está se configurando como um final de campanha intenso.
O Los Angeles Times também anunciou que não endossaria nenhum candidato. A chefe do conselho editorial, Mariel Garza, e dois de seus editores pediram demissão após o anúncio feito esta semana em protesto contra a decisão do proprietário do jornal, Patrick Soon-Shiong, de não endossar nenhum dos candidatos na disputa. O New York Post, de propriedade do magnata Rupert Murdoch, anunciou seu apoio ao ex-presidente Trump na sexta-feira e dedicou sua primeira página ao candidato.