Brasil

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos disputam o segundo turno em São Paulo

Apesar de ter ficado em terceiro lugar, Pablo Marçal foi o maior destaque eleitoral nessas eleições municipais realizadas em 6 de outubro

Guilherme Boulos vai disputar o segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo com Ricardo Nunes

As eleições municipais agitaram o domingo, 6 de outubro, com a realização do primeiro turno em todas cidades do Brasil.

Uma notícia alvissareira foram as projeções feitas pelos institutos de pesquisa, que acertaram a maioria de suas previsões, pelo menos nas capitais e nas principais cidades do país.

Sem dúvida, a eleição para prefeito de São Paulo monopolizou a atenção dos eleitores. A disputa acirrada entre Nunes, Boulos e Marçal tomou um caráter nacional, dada a importância da cidade, a maior e mais influente do Brasil.

Agora, os institutos de pesquisa projetam a vitória de Ricardo Nunes no segundo turno. Encerrado o primeiro turno, começaram as negociações sobre os apoios dos adversários derrotados. Tabata Amaral já declarou apoio a Guilherme Boulos, embora fizesse questão de afirmar que isto não significa um apoio irrestrito às políticas defendidas por Boulos, a quem ela classifica de “muito radicais”. Pablo Marçal, por sua vez, acenou com o apoio a Ricardo Nunes, embora tenha frisado que gostaria de ver o atual prefeito paulistano encampar algumas de suas sugestões.

Essas eleições demonstraram que os líderes políticos tiveram pouca influência como “padrinhos”. Marçal, por exemplo, desafiou Bolsonaro e seus filhos, que declararam apoio a Ricardo Nunes, e atraiu os votos bolsonaristas, inconformados com o apoio ao  “comunista” Nunes. Ele ficou com mais de 28% dos votos válidos, a maioria dos quais será transferido para Nunes, o que lhe deve garantir a vitória no dia 27 de outubro, data do segundo turno.

Lula se empenhou de verdade na eleição de Boulos, e deve ficar frustrado com o resultado, pois apenas uma reviravolta monumental pode evitar que Nunes continue comandando a capital paulista. Por falar em “padrinho”, quem obteve uma vitória pessoal foi o governador Tarcísio de Freitas, que entrou de cabeça na campanha do atual prefeito e deve continuar a parceria entre os governos estadual e municipal. Isto fortalece o projeto político do governador paulista, que pode ser a reeleição como governador ou, quem sabe, concorrer  à Presidência da República, uma vez que Jair Bolsonaro continua inelegível, de acordo com a Justiça Eleitoral.

Por falar em inelegibilidade, Marçal deve ter seus direitos políticos cassados depois de ter apresentado um laudo falso acusando Guilherme Boulos de ser viciado em cocaína. A própria filha do médico que supostamente teria assinado o laudo desmentiu a legitimidade do laudo mostrado pelo candidato. Como parece estar comprovado que o laudo não passou de mais um fato novo criado por Marçal, ele deverá sofrer sanções e pode ficar oito anos inelegível, com as punições impostas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apesar de afirmar que não foi ele quem pediu a emissão deste laudo falso.

Partidos de centro e de direita saem fortalecidos das eleições municipais

Após as apurações, ficou claro que os candidatos dos partidos de centro e de direita receberam mais votos do que os representantes dos partidos de esquerda e de extrema esquerda, representando uma derrota fragorosa do grupo político do presidente Lula, o que liga um sinal de alerta ao Palácio do Planalto.

Afinal, as votações não se limitaram às prefeituras. Isto também se reflete nas composições das Câmaras Municipais, que se tornaram mais conservadoras. Se esta tendência for mantida para 2026, os partidos de esquerda e de extrema esquerda terão muitas dificuldades para vencer as eleições. Aliás, isto também vale para os representantes da extrema direita que fracassaram nas urnas, demonstrando que o eleitorado parece estar cansado da polarização entre esquerda e direita que tanto mal têm causado ao Brasil. Ou seja, nem Jair Bolsonaro nem Lula foram decisivos para os eleitores.

Quem são os eleitos nas capitais brasileiras

Região Norte

Acre

Rio Branco: Tião Bocalom (PL)

Amapá

Macapá: Dr. Furlan (MDB)

Amazonas

Manaus: 2º turno entre David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL)

Pará

Belém:  2º turno entre Igor (MDB) e Delegado Eder Mauro (PL)

Rondônia

Porto Velho: 2º turno entre Mariana Carvalho (União) e Léo (Podemos)

Roraima

Boa Vista:  Arthur Henrique (MDB)

Região Nordeste

Alagoas

Maceió: JHC (PL)

Bahia

Salvador: Bruno Reis (União)

Ceará

Fortaleza: 2º turno entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT)

Maranhão

São Luís: Eduardo Braide (PSD)

Paraíba

João Pessoa: 2º turno entre Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL)

Pernambuco

Recife: João Campos (PSB)

Piauí

Teresina: Silvio Mendes (União)

Rio Grande do Norte

Natal: 2º turno entre Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT)

Sergipe

Aracaju: 2º turno entre Emilia Correa (PL) e Luiz Roberto (PDT)

Região Centro Oeste

Goiás

Goiânia: 2º turno entre Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União)

Mato Grosso

Cuiabá: 2º turno entre Abílio (PL) e Lúdio (PT)

Mato Grosso do Sul

Campo Grande: 2º turno entre Adriane Lopes (PP)e Rose Modesto (União)

Tocantins

Palmas: 2º turno entre Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Podemos)

Região Sudeste

Espírito Santo

Vitória: Lorenzo Pazolini (Republicanos)

Minas Gerais

Belo Horizonte: 2º turno entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD)

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro: Eduardo Paes

São Paulo

São Paulo: 2º turno entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL)

Região Sul

Paraná

Curitiba: 2º turno entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB)

Santa Catarina

Florianópolis: Topázio (PSD)

Rio Grande do Sul

Porto Alegre: 2º turno entre Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)

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