Nesta última terça-feira, o senador JD Vance, de Ohio, e o governador Tim Walz, de Minnesota, participaram de um debate que prometia ser acirrado, mas acabou sendo bastante civilizado. Originalmente, os assessores de Vance esperavam que ele atacasse Walz por supostamente distorcer seu histórico militar e por permitir que Minneapolis “queimasse” durante os tumultos de 2020. Do outro lado, Walz planejava pintar Vance como um “vira-casaca”, que muda de lado só para agradar Trump. Mas os candidatos surpreenderam ao manter um tom cordial, uma mudança notável depois do confronto tenso entre Kamala Harris e Trump três semanas atrás.
No debate, Vance e Walz abordaram temas como imigração, aborto e política externa, além da eleição de 2020, que resultou na derrota de Donald Trump. Embora ambos apresentem visões diferentes para o futuro do país, a maior parte da discussão se concentrou nas suas respectivas corridas à vice-presidência.
Quando questionado sobre o aborto, Walz defendeu a legislação abrangente de direitos reprodutivos de Minnesota e criticou Trump por visão sobre o tema. Ele compartilhou histórias impactantes de mulheres afetadas pelas leis restritivas que surgiram após a revogação do Roe v. Wade em 2022. O governador mencionou o caso de Amanda Zurawski, que enfrentou complicações graves durante a gravidez, e de Hadley Duvall, uma menina de 12 anos vítima de abuso, destacando a urgência das questões de saúde e segurança das mulheres.
Por outro lado, Vance foi desafiado a se explicar sobre seu apoio anterior a uma proibição nacional do aborto. Inicialmente, ele negou ter apoiado tal proposta, mas depois afirmou que falava sobre estabelecer um “padrão nacional mínimo” enquanto se candidatava ao Senado em 2022.
O debate também abordou a questão da liberdade pessoal em relação aos direitos reprodutivos. Walz afirmou que homens não deveriam ditar o que as mulheres podem ou não fazer com seus corpos, enfatizando que a restauração do Roe v. Wade seria a melhor solução. Vance, por sua vez, reiterou a importância de a liderança republicana recuperar a confiança do eleitorado, mencionando a necessidade de políticas “pro-família”.
O ponto culminante do debate ocorreu quando Vance se recusou a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020, ressaltando a divisão política existente no país. Esse momento destacou não apenas as diferenças ideológicas entre os candidatos, mas também os desafios que cada partido enfrenta num cenário político polarizado.
