Os usuários entre 13 e 15 anos agora terão contas privadas por padrão, com garantias sobre quem pode contatá-los e qual conteúdo eles podem ver.
O grupo Meta anunciou na terça-feira (17) a criação de “Contas de adolescentes”, com o objetivo de proteger melhor os usuários menores de idade dos perigos associados ao Instagram, aplicativo acusado por inúmeras associações e autoridades de afetar a saúde mental dos jovens.
“É uma atualização importante, destinada a dar aos pais um pouco de tranquilidade”, disse Antigone Davis, vice-presidente do grupo com sede na Califórnia responsável por questões de segurança.
Na prática, os usuários entre 13 e 15 anos agora terão contas privadas por padrão, com garantias sobre quem pode contatá-los e quais conteúdos podem ver.
Os adolescentes que desejam um perfil público e menos restrições – por exemplo, porque querem se tornar influenciadores – terão que obter a permissão dos pais. E isso se aplica tanto caso já estejam cadastrados quanto se forem novos na plataforma.
“É uma mudança (…) para ter certeza de que estamos realmente fazendo as coisas certas”, disse ele.
Os adultos poderão monitorar as atividades de seus filhos na rede social e agir de acordo, até mesmo bloqueando o aplicativo.
A empresa-mãe do Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger também está reforçando suas restrições de idade.
“Sabemos que os adolescentes podem mentir sobre sua idade, principalmente para tentar contornar essas proteções”, diz Davis. A partir de agora, se um adolescente tentar mudar sua data de nascimento, “pediremos que ele comprove sua idade”.
Há um ano, a pressão contra o número dois do mundo em publicidade digital e seus concorrentes vem aumentando.
Em outubro de 2023, cerca de quarenta estados dos Estados Unidos apresentaram uma queixa contra as plataformas da Meta acusando-as de prejudicar “a saúde física e mental dos jovens”, devido aos riscos de dependência, cyberbullying ou distúrbios alimentares.
Atualmente, a Meta se recusa a controlar a idade de todos os seus usuários, em nome do respeito à confidencialidade.
“Se descobrirmos que alguém realmente mentiu sobre sua idade, intervimos”, diz Davis, “mas, não queremos forçar 3 bilhões de pessoas a fornecer identificação”.
Segundo o executivo, seria mais simples e eficaz se o controlo de idade fosse feito ao nível do sistema operativo móvel dos smartphones, ou seja, Android (Google) ou iOS (Apple). “Eles têm informações importantes sobre a idade dos usuários”, argumenta, e, portanto, poderiam “compartilhá-las com todos os aplicativos usados pelos adolescentes”.