Em uma recente festa de resultados eleitorais para o candidato a prefeito do condado de Miami-Dade, Alex Otaola, Santiago Machado vestiu camisetas personalizadas que ele e sua esposa criaram para a campanha do influenciador de direita nascido em Cuba.
Otaola perdeu a disputa naquela noite. Mas Machado, um profissional de saúde de 41 anos, ainda planeja votar no ex-presidente Donald Trump na próxima eleição presidencial. Ele vestiu um boné de beisebol apoiando o candidato do Partido Republicano na festa de observação.
“Ele é um homem que não é político, que traz uma agenda econômica, e é isso que eu quero. Eu li seu livro… Ele respeita meus direitos, minhas liberdades”, disse Machado ao Miami Herald.
Apesar da retórica de Trump, que se aproveita em grande parte dos sentimentos anti-imigração e da ideia de que ele, sozinho, pode resolver os problemas do país, o ex-presidente conquistou um número considerável de seguidores entre os homens hispânicos.
A pesquisa de boca de urna na eleição presidencial de 2020 revelou que 36% dos homens hispânicos votaram em Trump, em comparação com 30% das mulheres hispânicas. Pesquisas recentes sugerem que essa diferença deve aumentar ainda mais este ano; uma pesquisa da Univision e da YouGov divulgada no início deste mês revelou que o apoio de Trump entre os homens hispânicos é de 44%, enquanto outra pesquisa do Pew Research Center divulgada no mês passado mostrou que 38% desses eleitores apoiam Trump.
Eduardo Gamarra, professor de ciências políticas da Universidade Internacional da Flórida, também descobriu que as mulheres hispânicas mais instruídas tendem a se identificar como democratas em vez de republicanas.
“Em termos gerais, as mulheres são muito mais propensas a favorecer uma visão muito mais liberal do mundo”, disse ele, acrescentando que as mulheres mais instruídas tendem a se identificar como democratas.
Gamarra enfatizou que a divisão de gênero foi mais acentuada em relação ao aborto. Cinquenta e sete por cento das mulheres disseram que essa era uma questão “muito importante” para elas, em comparação com 45% dos homens.
