Fernanda Abreu, eterna “garota carioca suingue sangue bom”, está pronta para brilhar na abertura do 28º Inffinito Brazilian Film Festival, no próximo sábado, dia 31 de agosto, no Miami Beach Bandshell. Comemorando 42 anos de carreira, a artista se prepara para oferecer aos americanos à comunidade brasileira na Flórida uma performance inesquecível, refletindo a rica e vibrante trajetória que marcou sua jornada musical.
Reconhecida por sua capacidade de transcender barreiras culturais e conectar-se com públicos de diferentes gerações, Fernanda Abreu mantém-se relevante e inovadora, trazendo sua mistura única de rap, samba e funk para um palco internacional. Em entrevista exclusiva ao AcheiUSA, ela compartilha insights sobre sua carreira, suas experiências em grandes festivais e como suas raízes cariocas e projetos sociais influenciam sua música. Confira:
Você está comemorando 42 anos de carreira em 2024. Como você vê a evolução da sua música e da sua performance ao longo dessas décadas? Quais foram os principais desafios e conquistas nesse percurso?
Eu tive a sorte de integrar a Blitz, banda que abriu as portas do Rock Pop Brasil/Geração 80, no início da minha carreira, em 1982, onde experimentei um sucesso estrondoso e onde aprendi muito. Quando lancei minha carreira solo em 1990, com o álbum “SLA Radical Dance Disco Club”, livre de expectativas de sucesso, eu tive liberdade criativa para propor um som novo para a época, longe de qualquer fórmula musical que pudesse me aprisionar artisticamente. Isso foi muito importante para eu desenvolver minha linguagem musical e estética e criar minha própria assinatura artística. Lancei álbuns, singles, turnês de shows e videoclipes tanto no Brasil quanto no exterior e tenho muito orgulho da minha trajetória. Percebo que meu legado musical não ficou datado. Acho que o principal desafio é ser coerente conceitualmente e estar aberta a se reinventar a cada passo dado.
Sua carreira inclui apresentações em grandes festivais, como Rock in Rio e Hollywood Rock. Qual dessas experiências foi a mais marcante para você e por quê? Como essas performances moldaram sua carreira?
Festivais são sempre muito marcantes, pois além de serem estruturas grandes que demandam shows com muita qualidade musical, coreográfica, cenográfica e visual, são públicos gigantescos e sabemos que parte do público não foi ali para te assistir. Acho que o grande barato é exatamente esse: subir no palco e seduzir esse público para curtir o seu show. Tenho gostado muito de tocar em festivais aqui no Brasil, pois vejo que, em geral, as curadorias estão criativas e levando em conta a diversidade da música brasileira. Então, temos, por exemplo, palcos onde numa noite cantam Paulinho da Viola e Malu Magalhães ou Fernanda Abreu e Matuê. Adoro isso! E também acho muito bom oferecer essa diversidade estilística para o público.
Você tem uma relação profunda com o Rio de Janeiro e participa ativamente de projetos sociais como “Conexões Urbanas” e “Passinho do Funk”. Como essas iniciativas influenciam sua música e sua visão artística? Pode compartilhar alguma experiência significativa desses projetos?
Eu amo o Rio de Janeiro! E enxergo o Rio como uma cidade que é ainda a tradução do que vemos no Brasil: do melhor e do pior do Brasil. A natureza que se impõe com sua beleza exuberante misturada com uma desigualdade social profunda. E isso se reflete na minha música e no meu comportamento como carioca e brasileira. Estudei em escola pública a vida inteira, depois fiz faculdade de Sociologia, então essa ponte “Morro-Asfalto” que proponho desde o meu primeiro disco é muito orgânica e verdadeira. Eu sempre vi beleza, criatividade, potência e arte nas favelas, além da pobreza, da falta de oportunidade, de saneamento, de educação e saúde. Então, sempre foi natural minha parceria com projetos do terceiro setor.
Você se apresentará em Miami Beach no dia 31 de agosto como parte do 28º Inffinito Brazilian Film Festival. O que o público americano pode esperar do seu show? Como você planeja adaptar seu repertório e sua performance para essa audiência internacional?
Estou muito animada com o show que farei em Miami agora no dia 31. Adorei essa parceria com a Inffinito e com o Festival de Cinema. No repertório do show, pretendo fazer uma viagem musical por esses meus 34 anos de carreira solo, tocando vários hits para o público dançar comigo. Vai ser uma festa! E, apesar das letras serem em português, a música é uma linguagem universal e tenho certeza de que a audiência internacional vai curtir minha mistura de rap, samba e funk.
Para mais informações, acesse brazilianfilmfestival.com/miami. Leitores do AcheiUSA tem desconto no ingresso do show usando o código ACHEIUSA10.