O presidente Joe Biden anuncia nesta terça-feira (18) um conjunto de reformas que promete mudar a vida de milhares de imigrantes indocumentados. A nova ação executiva permitirá que cônjuges e filhos de cidadãos americanos solicitem residência permanente (Green Card) sem a necessidade de sair do país, oferecendo assim uma proteção significativa contra a deportação.
A medida simplifica o processo de obtenção de residência ou autorização de trabalho para várias categorias de imigrantes, incluindo: cônjuges de cidadãos americanos; enteados de cidadãos americanos menores de 21 anos, e “dreamers”, estrangeiros de até 31 anos que chegaram aos EUA ainda crianças e que até agora não conseguiram regularizar sua situação. A reforma de Biden também facilitará a obtenção de vistos de trabalho para graduados de instituições de ensino superior americanas, desde que recebam uma oferta de emprego altamente qualificada.
A Casa Branca estima que cerca de 550 mil imigrantes poderão se beneficiar das novas regras, que devem entrar em vigor entre agosto e setembro deste ano. De acordo com informações do governo, os pedidos serão avaliados individualmente. Aqueles que forem aprovados terão um período de três anos para solicitar a residência permanente, durante o qual estarão autorizados a residir e trabalhar legalmente nos Estados Unidos. Após a obtenção do Green Card, o beneficiário poderá solicitar a cidadania norte-americana.
Contexto Político
O anúncio ocorre dias após o programa DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância) completar 12 anos. Criado durante o governo de Barack Obama, quando Biden era vice-presidente, o DACA protege seus beneficiários, conhecidos como “dreamers”, da deportação e permite que trabalhem legalmente. Desde o início do DACA, mais de 800 mil solicitações foram aprovadas, com cerca de 580 mil beneficiários ativos, segundo dados oficiais.
A questão da migração é um tema crítico nas eleições presidenciais de novembro, onde Biden busca a reeleição contra o ex-presidente Donald Trump. A ação executiva visa apelar aos eleitores latinos em estados decisivos, como Arizona, Nevada e Geórgia, essenciais para as chances de Biden garantir um segundo mandato.
A medida também responde às críticas de defensores da imigração e progressistas, que anteriormente criticaram Biden por ações restritivas, incluindo medidas recentes para limitar o processamento de asilo na fronteira sul dos EUA. Recentemente, Biden assinou um decreto que restringe a entrada de migrantes através da fronteira com o México, uma área que registra uma média de mais de 2.500 travessias irregulares a cada sete dias.