Desde que o presidente Joe Biden assumiu o governo, mais de seis milhões de imigrantes foram interceptados na fronteira Sul, entre os Estados Unidos e o México, de acordo com dados do U.S. Customs and Border Protection (CBP). Somente no último ano, mais de dois milhões de estrangeiros tentaram atravessar a fronteira de forma ilegal. Diariamente, em média, 3,5 mil pessoas são interceptadas, a grande maioria solicitando asilo.
Para tentar frear esse fluxo, o presidente assinou na última terça-feira (14) uma ordem executiva que “fecha” a fronteira quando o número diário de apreensões chegar a 2,5 mil pessoas, com algumas exceções no caso de crianças. A medida já está em vigor.
Depois que esse número for atingido, os solicitantes de asilo serão deportados ou para o México ou para o seu país de origem. De acordo com informações da Casa Branca, essa medida é emergencial e não tem caráter permanente. Imigrantes que já tinham horários agendados serão processados normalmente.
A iniciativa é vista como uma maneira do democrata angariar votos de eleitores que pressionam o atual governo para conter a crise imigratória enfrentada no país.
Críticos da medida afirmam que ela não vai longe e que “fechar a fronteira vai colocar milhares de pessoas em risco”. Para a Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA na sigla em inglês), a ordem executiva vai forçar que estrangeiros esperem no México e sejam expostos a “condições adversas”, enquanto a fronteira está fechada. “Estrangeiros aguardando no México vão colaborar para a expansão dos cartéis e aumentar a criminalidade e o tráfico de drogas na região”, disse a AILA em comunicado.
Para a ativista Marisa Limón Garza, da Las Americas Immigrants Center, os Estados Unidos já têm uma política para definir quem deve e quem não deve receber asilo. “Ressuscitando a política de Trump de banir pedidos de asilo, Biden mostra que abandonou os valores da nação e sua obrigação de oferecer ajuda humanitária a pessoas que estão fugindo de perseguição e violência em seus países”.