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Ziraldo, falecido aos 91, foi homenageado na Feira do Livro de Miami de 2005

Artista foi a atração principal do Pavilhão Brasileiro na feira

O multitalentoso Ziraldo, falecido no dia 6 passado, esteve na Flórida em novembro de 2005 durante a Feira Internacional do Livro de Miami (Miami Book Fair International), onde foi a atração principal do Brazilian Pavillion e visitou a escola primária Ada Merritt, que tem programa bilíngue em português. A agenda do artista incluiu uma tarde de autógrafos promovida pelo Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBU), com lançamento de vários de seus livros nos Estados Unidos. Participou também do projeto Brazilian Books, criado pelo brasileiro, morador de Miami, José Xavier Soares, levando sua arte a outras e diversas escolas e bibliotecas americanas.

“Está tudo maravilhoso. A comunidade brasileira está aqui em peso. Fiquei surpreso com tamanha receptividade. Ontem fui nessa escola pública americana [Ada Merritt], que, para mim, é a mais gracinha dos Estados Unidos. É uma escola pública que tem até uma estaçãozinha de televisão para as crianças e ensina inglês, espanhol e português. As crianças estavam lendo meus livros. É a segunda vez que venho para os Estados Unidos e ontem teve essa homenagem para mim na Feira de Miami”, disse à revista ofuxico na época.

Ziraldo Alves Pinto, ou simplesmente Ziraldo, foi um dos mais completos artistas brasileiros. Desenhista, cartunista, escritor e jornalista, foi um dos fundadores do lendário jornal O Pasquim, que desafiou com cultura e inteligência a rígida censura imposta pela ditadura militar brasileira durante os anos 1960/70. Foi pioneiro nos quadrinhos brasileiros, criando a revista Pererê, repleta de personagens do folclore brasileiro, como o Saci, a Onça, o indiozinho Tininim e muitos mais. Criou também o personagem da literatura infantil Menino Maluquinho, que apareceu em livro, revistinhas, peças teatrais e filmes. Uma das obras de maior sucesso do mineiro de Caratinga foi também o livro Flicts, que conta a história de uma cor em busca de seu lugar no mundo, traduzido para vários idiomas e que também virou peça de teatro.

Ziraldo morreu dormindo, aos 91 anos, em seu apartamento da Lagoa, no Rio de Janeiro. Foi velado no Museu de Arte Moderna (MAM), onde fãs e amigos puderam fazer uma última despedida antes do sepultamento no cemitério de São João Batista, em Botafogo

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