A mais recente ‘explosão’ de imigrantes na fronteira entre os Estados Unidos com o México está ligada à atuação de agências que, de forma ilegal, organizam pacotes de viagens para estrangeiros que querem entrar nos EUA clandestinamente. Segundo um agente do US Customs and Border Protection (CBP), essas agências conectam imigrantes a traficantes de pessoas – popularmente conhecidos como coiotes – que atravessam entre 500 e mil pessoas por vez.
“A única preocupação desses traficantes é com o dinheiro que colocam no bolso. Eles não se importam com a vida dos estrangeiros, que são levados para áreas remotas no deserto, para vagões de trens ou para as águas do Rio Grande”, afirma o agente Troy Miller, em entrevista à CNN.
Miller cita como exemplo agências de viagem em Dakar, capital do Senegal, que publicam anúncios informando que estrangeiros não precisam de visto para entrar nos EUA. Eles oferecem passagens e conexão com coiotes, que facilitam a chegada dos estrangeiros à fronteira por meio de ônibus fretados no México. “Eles fretam dezenas de ônibus por dia, que param em locais aleatórios ao longo da fronteira”.
No início deste mês, o CBP anunciou que está fiscalizando a operação de ônibus e vans clandestinas ao longo da fronteira. “Estamos realizando operações específicas focadas no transporte de imigrantes liderados por traficantes de pessoas”.
Agentes dos postos imigratórios de San Ysidro, Califórnia, Lukeville, Arizona, El Paso e Eagle Pass, Texas, estão sobrecarregados. Eles relatam que a situação está “insustentável”. Entre segunda-feira (18) e terça-feira (19), 12.600 estrangeiros foram interceptados na fronteira, segundo o Democrata Henry Cuellar.
Em Tucson, Arizona, somente nos primeiros 14 dias de dezembro, 37 mil imigrantes foram apreendidos. “Precisamos que o governo olhe para esta crise imigratória. O Congresso precisa aprovar mais recursos para que os agentes consigam atuar de forma efetiva”, afirma Cuellar.
