O presidente de ética da Câmara, Michael Guest, um republicano do Mississippi, apresentou uma resolução na sexta-feira (17) visando a expulsão do deputado republicano George Santos, de New York, do Congresso. Esta ação ocorre um dia após o Comitê de Ética divulgar um relatório contundente sobre sua investigação em relação a Santos, que é filho de brasileiros. A expectativa é que os legisladores abordem a resolução no final do mês, após o retorno do feriado de Thanksgiving.
No relatório do Comitê de Ética, foi revelado que foram descobertas “conduta não acusada e ilegal” adicional por parte de Santos, indo além das acusações criminais já pendentes contra ele. O comitê afirmou que encaminhará imediatamente as alegações ao Departamento de Justiça para uma investigação mais aprofundada. A conclusão do comitê foi que Santos “procurou explorar de forma fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para obter lucro financeiro pessoal”.
Santos, que ingressou no Congresso apenas em janeiro, anunciou que não buscará a reeleição após a divulgação do relatório da comissão. Apesar disso, permanece desafiador e denunciou a investigação como um “relatório tendencioso”. O deputado também se declarou inocente das 23 acusações federais, incluindo alegações de fraude relacionadas aos benefícios de desemprego da Covid-19, uso indevido de fundos de campanha e mentira sobre suas finanças pessoais em relatórios de divulgação da Câmara.
Ao longo deste ano, Santos enfrentou pedidos de renúncia tanto de democratas quanto de republicanos, sobrevivendo a várias tentativas anteriores de expulsão da Câmara. Em novembro, um esforço liderado pelos republicanos para expulsar Santos não obteve êxito. Alguns legisladores expressaram preocupação com a perspectiva de expulsar um membro que enfrenta uma batalha legal ainda não concluída e sem condenação criminal.
Antes da votação, Santos defendeu seu direito à “presunção de inocência”. Em maio, a Câmara votou pelo encaminhamento de uma resolução ao Comitê de Ética para expulsar Santos.