A taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou no Brasil nas primeiras semanas de agosto, informaram dois relatórios independentes divulgados na quarta-feira (30). A alta em ambos os estudos é da ordem de 7 pontos percentuais, o que representa o dobro de pessoas que testaram positivo para o vírus Sars-Cov-2. Alta é associada à Éris, uma subvariante da Ômicron que é monitorada pela OMS. Porém, as entidades apontam para um cenário distinto do verificado durante a pandemia, com a maioria da população já vacinada e menos risco de casos graves.
Um dos levantamentos é da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas, que apontou aumento de testes positivos de 6,3%, de 29 de julho a 4 de agosto, para 13,8%, de 12 a 18 de agosto. “Possivelmente, sim, existe relação com a nova variante, que demonstrou ser muito transmissível, embora ela não traga quadros muito graves das pessoas que são infectadas”, afirma Wilson Shcolnik, Presidente do Conselho de Administração da Abramed.
A outra fonte é o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin. A entidade verificou um aumento de testes positivos de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Segundo o ITpS, os percentuais mais elevados estão entre pessoas nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
Os especialistas são unânimes em afirmar que, no atual cenário, ter todas as doses indicadas da vacina contra a Covid é a melhor precaução. “É justamente o fato de a maioria de a população ter tomado ao menos as doses básicas que evita o aumento das internações e das mortes”, afirmou a infectologista Carla Kobayashi em entrevista ao G1.