Para quem chegou como uma das favoritas ao título, a desclassificação do Brasil na fase de grupos foi mesmo uma decepção. Empatou em 0 a 0 com a Jamaica, no Rectangular Stadium, em Melbourne, na Austrália.
Pia Sundhagen colocou Marta, em sua última Copa do Mundo, como titular. Mas nem mesmo o carisma da “Rainha Marta” serviu para atemorizar as jamaicanas. Embora tenha dominado territorialmente, o Brasil fez um jogo previsível e criou muito pouco em termos de oportunidades de gol. Foi o que se chama de “arame liso”, ou seja, fica com a posse de bola, mas quase não ameaçou o gol da boa (e linda) Spence, a goleira da Jamaica.
A artilheira Ary Borges foi mal no primeiro tempo e acabou sendo substituída por Bia Zaneratto no intervalo. Ao meu ver, a entrada de Bia foi boa opção, porém, não no lugar de Ary Borges. Quando faltavam 15 minutos para terminar a partida, ela fez mais três substituições, tirando Marta, Antônia e Luana (que jogou muito mal) e colocando em campo Geyse, Duda Sampaio e Andressa Alves. Aumentou um pouco o volume, mas nada que tenha gerado uma força para furar o ferrolho jamaicano.
Apesar dos aplausos merecidos às jogadoras jamaicanas, elas se classificaram com um futebol feio, mas eficiente. A defesa da seleção caribenha se classificou sem ter tomado um gol sequer, empatando em 0 a 0 com França e Brasil, as duas favoritas, e derrotando a fraca seleção do Panamá por apenas 1 a 0. Na verdade, acho que elas não têm exatamente uma boa defesa, mas o destaque fica para o técnico Lorne Donaldson, que monta o time inteiro na defesa.
O resultado foi uma partida horrorosa de se assistir e acabou custando a eliminação do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo de Futebol Feminino, algo que não acontecia desde 1995. As seleções classificadas no Grupo F foram França e Jamaica. Ao Brasil resta voltar para casa e analisar os erros cometidos para evitar novos vexames como esse, ao ser eliminada por uma seleção com pouca estrutura e dinheiro.