A história de uma mulher procurada pela Justiça brasileira, pelo FBI e pela Interpol há mais de 50 anos voltou à tona depois que o programa Linha Direta, da TV Globo, relembrou o caso da criminosa na semana passada. A advogada gaúcha Heloísa Borba Gonçalves, de 73 anos, também conhecida como “Viúva Negra”, é acusada de ser mandante de diversos crimes em três estados brasileiros.
O perfil das vítimas era semelhante: homens mais velhos, viúvos ou divorciados e com muitos bens. Além de suspeita de ser mandante do assassinato ou ataque de vários ex-maridos, a “Viúva Negra” também está envolvida em crimes de estelionato, falsidade ideológica e fraude. Segundo investigações do FBI, em 2013, ela foi rastreada na Flórida, usando o nome de Heloísa Saad Lopez, — mas até hoje seu paradeiro não foi localizado. Representantes da Interpol no Rio de Janeiro acreditam que a criminosa viva nos Estados Unidos desde 1994, circulando entre Califórnia, Flórida, New York e Virginia. Ela é procurada em 188 países.
A sequência de mortes de seus companheiros começou nos anos de 1970, com um misterioso acidente de carro sofrido por um médico alemão, Guenther Wolf, com o qual Heloísa teria se casado pouco tempo antes. Seis meses depois ela deu à luz Vitória Leticia e a registrou como filha de Guenther, que herdou toda a fortuna de Wolf.
Em 1977, Heloísa teve outro companheiro, Carlos Pinto da Silva, que sofreu um atentado a tiros em Salvador, mas sobreviveu. Na década de 1980, ela conheceu o português Irineu Duque Soares, no Rio de Janeiro. Eles se casaram e cinco meses depois o homem foi assassinado. Heloísa também herdou os bens ao registrar mais um bebê em seu nome, Daniel.
Já em 1990, aos 40 anos, ela se aproximou de Nicolau Saad, que também foi morto tempos depois. Dois anos mais tarde, o coronel Jorge Ribeiro, outro companheiro de Heloísa, foi brutalmente assassinado. No ano seguinte, em 1993, foi a vez de Wagih Murad, 84, outro ex-marido de Heloísa, morrer após um misterioso atentado.