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Volume recorde de sargaço invade praias da Flórida; especialistas dizem que o pior está por vir

O cinturão de algas marinhas no estado atingiu um peso de 13 milhões de toneladas em abril; pesquisadores dizem o tamanho da massa malcheirosa pode dobrar até julho

Pesquisadores da University of South Florida em parceria com a NASA estimam que o cinturão de algas marinhas que vem chegando nas praias da Flórida no últimos meses tenha atingido um peso de 13 milhões de toneladas em abril, índice mensal recorde de sargaço no estado. Os especialistas antecipam que, quando a temporada atingir seu pico, em julho, o tamanho da massa orgânica malcheirosa pode dobrar.

No momento, entre as áreas mais afetadas está Florida Keys — Marathon, com sua água tipicamente cristalina, encontra-se tomada por algas marinhas. Praias da costa leste da Flórida, incluindo Palm Beach, Fort Lauderdale e Miami Beach, também estão vendo montes de sargaço na praia. De acordo com um relatório da AccuWeather, o problema também afeta regiões do sul de Hispaniola, bem como áreas da Jamaica e Porto Rico.

Com a previsão de mais sargaço durante o verão, autoridades da Flórida buscam soluções para minimizar possíveis impactos sobre residentes e turistas, tentando preservar a economia local. “Quando o sargaço está no mar, as leis ambientais não nos permitem retirá-lo. Só podemos limpar quando a massa realmente chega à costa”, explicou Alyson Crean, oficial de informações públicas da cidade de Key West. “Nós limpamos nossas praias todos os dias e isso só é possível porque nossas praias são pequenas e fáceis de manter, mas não é assim em todo lugar”, disse Crean.

“Nossa praia pode estar literalmente limpa às 8 da manhã e, três ou quatro horas depois, um tapete gigante de sargaço aparece como uma bolha, como um filme de Stephen King”, disse o chefe de resgate do oceano de Boynton Beach, Tom Mahady.

Vítima das incômodas algas marinhas nos últimos anos, autoridades de Palm Beach resolveram enterrar o sargaço no extremo norte da ilha. Outra iniciativa é manter as algas marinhas em “barreiras flutuantes” ao longo da costa, algo que as áreas de Keys começaram a usar, juntamente com o Parque Nacional de Tulum, no México.

Para ajudar residentes e turistas a descobrir quais praias apresentam menos proliferação de algas, pesquisadores da University of South Florida recomendam consultar o sistema de webcams do estado onde é possível verificar o status atual de algumas regiões. O site oficial de Florida Keys hospeda uma página de webcams para as praias da região, mas uma pesquisa no Google pode ajudar a encontrar o acesso de vídeo para outras áreas.

Em 2019, um acúmulo de sargaço no Bill Baggs Cape Florida State Park, perto de Miami, o tirou do ranking das melhores praias dos Estados Unidos. Um relatório de 2020 das autoridades do condado de Monroe afirmou que o grande crescimento do sargaço poderia levar a uma perda de $ 20 milhões para a indústria do turismo de Key West, levando a perda de empregos.

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