Depois de entender um pouco mais sobre os golpes digitais, como eles funcionam e como se prevenir, é hora de entender como nasce um criminoso de reputação digital, ou se preferir, um cibercriminoso.
Infelizmente um crime virtual é uma atitude covarde e de estrago inimaginável que atinge vítimas de maneira financeira, emocional e social. E embora nada justifique esse tipo de ação, eu que atuo há mais de 20 anos identificando e desvendando a metodologia empregada por estes criminosos online, afirmo que existe três perfis diferentes: o agressor profissional, passional e patológico. E mesmo que eles atuem por motivações diferentes, a maneira como agem se repete e com isso, é possível traçar o perfil desses cibercriminosos – barrar suas atitudes, impedir que casos mais graves aconteçam e claro, exigir justiça.
Para entender mais sobre o perfil deles, saiba que todos os cibercriminosos começam buscando informações sobre a vítima no mundo virtual. Essa primeira ação é a mais simples e pode ser feita por qualquer pessoa. Basta digitar o que quer saber nos buscadores online que a pessoa terá acesso a todas as informações públicas, como local onde trabalha, locais que frequenta, ações judiciais, reclamações, membros da família, entre outros. Com esses dados em mãos, entra o fator da manipulação.
A partir desse momento o criminoso com sua mente perversa distorce todas as informações que ele encontra e passa a atacar, não só a sua vítima, mas também pessoas próximas a ela. Ainda de forma anônima, muitas vezes, os ataques começam pelos canais e perfis conhecidos da vítima. O problema é que com a distorção dos fatos, a vítima fica obrigada a se justificar, argumentando e se defendendo, o que considero o segundo ponto da humilhação deste crime.
O resto varia de acordo com a motivação que cada um tem para atacar suas vítimas. E para entendermos a diferença entre o criminoso profissional, passional e patológico, temos que compreender que todo crime, pede uma motivação.
O profissional age por motivação financeira. Quanto maior for o pagamento que ele pode receber por aquilo, maior será o nível de ataque. Um agravante para este tipo de criminoso é que ele é bem-preparado, tem recursos financeiros e geralmente, atinge diretamente a parte profissional da vítima, pois costumam ser contratados por concorrentes. Nestes casos, a equação é simples: quando param de receber, param de atacar.
Já o passional age por emoção e a sua única motivação é a perda, em geral de uma pessoa, causada pelo fim de um relacionamento. Quando ele não possui recursos financeiros, costuma agir por conta própria, senão, pode contratar agressores profissionais. Para as vítimas, esse pode ser o ataque que gera o maior trauma, uma vez que o criminoso conhece a vida e o comportamento da vítima, atacando seus pontos fracos. Por outro lado, é o tipo de agressor mais fácil de ser identificado, uma vez que eles costumam cometer sempre os mesmos erros, assinando embaixo e entregando informações extremamente personalizadas.
Por fim, te apresento o criminoso patológico é o que age de maneira mais doentia, uma vez que a sua motivação acontece por motivos de força maior, a doença. Da mesma forma que muitos viciados em drogas não conseguem abandonar o vício sem ajuda profissional, o mesmo acontece com este tipo de agressor. Entenda, que pela sua condição, ele não sabe que suas atitudes são ilegais e que está prejudicando o outro. Normalmente as pessoas se tornam vítimas desses perfis, sem motivo nenhum aparente; simplesmente por terem cruzado o caminho dele, discordado de algo (ser de um time contrário, de religião, credo, cor, raça ou orientação sexual) e com isso, qualquer coisa, pode ser o gatilho para você se tornar a próxima vítima.
Agora que é possível identificá-los, vou te ajudar a pará-los. O primeiro passo é identificar qual o tipo de agressor, já que o tipo de tratamento precisa estar condizente com a sua motivação. Tenha em mente que o principal objetivo do criminoso virtual é te desestabilizar, quanto mais atenção a vítima der, maior será o sucesso dos ataques. E lembre-se, por maior que seja o desejo de fazer justiças pelas próprias mãos, não faça. Não responda. Ameaçar, tentar irritar ou contratar serviços duvidosos para se vingar, só irá piorar as coisas.
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