Estados Unidos Manchete

Brasileiro que foi preso nos EUA acusa George Santos de liderar esquema de clonagem de cartão

Gustavo Ribeiro Trelha foi preso e deportado em 2017 quando tentava remover um dispositivo de um ATM na área de Seattle; ele disse que assumiu o crime sozinho porque sofreu ameaças

Gustavo Ribeiro Trelha, um brasileiro e ex-colega de quarto do deputado George Santos, enviou uma declaração juramentada ao U.S. Secret Service afirmando que o agora parlamentar pelo Partido Republicano de New York atuou como líder de um esquema de clonagem de cartões em caixas eletrônicos nos Estados Unidos. O documento, com data do último dia 7 de março, foi obtido pelo site Politico. Trelha foi preso em 2017, quando tentava remover um dispositivo de um ATM na área de Seattle. “Ele [George Santos] me deu todos os equipamentos e me ensinou a instalar o chip [conhecido como scammer] e câmeras nos caixas ”, relatou o brasileiro que foi deportado após cumprir sete meses de prisão. Na ocasião, o atual legislador morava em Orlando, na Flórida, e guardava todo o material usado para aplicar os golpes em um galpão de depósito (warehouse), conforme indicou a denúncia. O dinheiro roubado dos clientes do bancos era dividido em partes iguais entre os parceiros no crime. Não está claro o montante de dinheiro retirado das contas dos clientes.

Após efetuarem a prisão em flagrante de Trelha, os investigadores foram a um hotel em que ele estava hospedado, em Seattle, e encontraram vários aparelhos para clonagem de cartões. Os investigadores observaram que o endereço de entrega na embalagem de alguns dos itens era o mesmo onde Santos morava na Flórida, disseram as fontes. Trelha assumiu a responsabilidade, alegando que ele e seus amigos foram ameaçados. “Santos não me ajudou a sair da cadeia e roubou o dinheiro que eu havia arrecadado para minha fiança”, relatou .

O deputado George Santos tem 34 anos e é filho de mãe carioca e pai mineiro. Desde que venceu a disputa para representar o distrito de Long Island, em New York, tem enfrentando uma avalanche de acusações que incluem mentiras no currículo, omissão de recursos de campanha, estelionato, fraude imigratória, e até assédio sexual. Ele negou a acusação mais recente e disse que não irá comentar o caso.

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