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Acampado em frente a Casa Branca há 41 anos, brasileiro mantém vigília mais longa do mundo

Segundo portal, Philipos Melaku-Bello está acampado em protesto em frente a Casa Branca há mais de quatro décadas e já foi recebido por presidentes americanos

Um brasileiro acampado em protesto em frente a Casa Branca há 41 anos mantém a mais longa vigília em atividade no mundo. Isso é o que afirma o colunista do portal UOL, Rodrigo Ratier, que entrevistou Philipos Melaku-Bello na semana passada, em Washington D.C. Filho de mãe brasileira e pai etíope, ambos ativistas, Philipos mudou-se no Brasil para os Estados Unidos aos 3 anos de idade. Professor de estudos anarquistas e revolucionários, conforme se apresenta, ele trabalha para manter vivo o protesto contra o uso de armas nucleares, entre outras questões políticas.

Em 1984, Philipos passou a integrar um time de ativistas liderado por William Thomas, americano que postou-se diante da residência oficial do presidente dos Estados Unidos segurando um cartaz: “Wanted: wisdom and honesty” (em português, “procura-se: sabedoria e honestidade”). A cartolina contendo as palavras de protesto seguem na ocupação até hoje. William, porém, faleceu em 2009, deixando a liderança do protesto para a a espanhola Concepción Picciotto (é no nome dela que o Guinness registra o recorde individual de permanência em uma vigília). Foi em 2016 que Philipos assumiu a frente da vigília permanente na Casa Branca. O motivo dele não abandonar o local divide-se entre ideologia e necessidade. A legislação americana exige que o acampamento esteja ocupado 24 horas por dia, 7 dias por semana. Do contrário, o Serviço Secreto tem autorização para desmontá-lo.

Segundo Ratier, o brasileiro não conta com muitos companheiros na missão de manter o protesto ativo. Vem daí os momentos de dificuldade, onde Philipos relata passar frio e fome dentro da barraca improvisada, em turnos semanais que vão do meio-dia às 6pm; aos sábados e domingos, os plantões se estendem por 14 horas. A vigília só é possível com a ajuda de doações que, segundo apurou o Washington Post, chega a $ 65 por dia.

Com o passar dos anos, Philipos adicionou novas causas ao protesto, incluindo questões relacionadas ao meio-ambiente, defesa da Palestina, taxação de bilionários e apoio ao movimento Black Lives Matter. Carregando a bandeira do Brasil, o ativista diz apoiar o presidente Lula, e afirma já ter encontrado alguns mandatários americanos, sendo Bill Clinton o seu favorito. “Só vou dizer que já fui recebido por quatro deles na Casa Branca. E enfrentei alguns outros no tribunal”, afirmou à reportagem do UOL.

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