Música

Gal Costa foi ‘aplaudida de pé’ em seu primeiro show nos EUA, disse o NY Times

O jornal anunciou a morte da brasileira na quarta-feira (9), relembrando a passagem da cantora pelos Estados Unidos

Gal Costa era reconhecida globalmente como uma das vozes mais importantes da música brasileira. Enquanto o Brasil fazia coro com as interpretações de Gal desde 1964, foi só em 1985 que ela fez seu primeiro show nos Estados Unidos, no Carnegie Hall, em New York. O jornal The New York Times registrou a passagem da brasileira pela cidade, chamando-a de “ambiciosa e triunfante”. Leia trechos da reportagem publicada em junho daquele ano:

“Gal Costa, uma das principais cantoras pop do Brasil desde o final dos anos 1960, tem uma dessas vozes – mezzo-soprano sedosa com algumas notas baixas sensuais e um registro superior que se delicia com sua própria audácia enquanto escala”, escreveu sobre a performance que incluiu no repertório músicas de Carmen Miranda, Dorival Caymmi e Caetano Veloso.

“Era um canto virtuoso entregue sem uma pitada de pompa. A senhorita Costa usava trajes brilhantes de duas peças que mostravam tanto a barriga quanto as roupas de Madonna, e ela sorria ou tremia ou revirava os olhos para destacar algumas letras. Ela também tocou sua versão de “Lately”, de Stevie Wonder, em português, acariciando cada linha até que, na penúltima frase, ela deixou uma nota quebrar em soluço – um momento que fez o público aplaudir de pé”, publicou o NY Times em 1985.

Na quarta-feira (9), o jornal anunciou a morte da brasileira, relembrando a passagem da cantora pelos Estados Unidos e destacando o legado de Gal “para gerações de artistas brasileiros”. “Costa nunca se estabeleceu em um estilo. Ao longo das décadas, ela gravou músicas animadas com raízes carnavalescas, hard rock, baladas acústicas cristalinas, funk afro-brasileiro e pop orquestral. Seu álbum de 2018, “A Pele do Futuro”, mergulhou na discoteca e contou com um dueto com a estrela sertaneja Marília Mendonça. Seu álbum mais recente, “Nenhuma Dor”, lançado em 2021, foi um conjunto de duetos gravados durante a pandemia, revisitando músicas antigas com colaboradores como Seu Jorge, Rodrigo Amarante e Jorge Drexler”, registrou o jornal. 

Gal Costa faleceu na manhã de quarta-feira, 9 de novembro, aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. O velório, segundo comunicado da assessoria de imprensa, acontece na sexta-feira (11), na Assembleia Legislativa de São Paulo, aberto ao público. O enterro, porém, “será fechado, apenas para amigos próximos e familiares”.

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