Religiosos reiteram que respaldarão os parlamentares do partido que apoiem os indocumentados
Líderes evangélicos dos Estados Unidos respaldaram nesta segunda-feira (3) a lista republicana de princípios da reforma imigratória, que rechaça um caminho especial para a cidadania e inclui uma dura via de legalização para a maioria dos indocumentados.
Durante uma conferência de imprensa, líderes religiosos de Illinois, Flórida, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Texas, entre outros estados com alta concentração de imigrantes latinos, indicaram que continuam orando para que a Câmara de Deputados conserte o sistema de imigração vigente que está quebrado.
A Conferência Evangélica, junto com a Igreja Católica, sindicatos, agricultores, pecuaristas, fazendeiros, a Câmara de Comércio, a indústria, o setor de Alta Tecnologia e ativistas integram uma longa lista de setores a favor de uma reforma imigratória ampla.
Os evangélicos destacaram que, embora faltem muitos detalhes à lista de princípios, ela converteu-se em instrumento para destravar um debate parado desde junho, quando o Senado aprovou sua versão de reforma imigratória.
Os religiosos incentivam a Câmara dos Deputados a conseguir uma solução bipartidária que respeite a dignidade das pessoas, a unidade das famílias e o império da lei.
“Tem de-se estabelecer uma via para um status legal” para a residência permanente, disse Evelyn Chaparro, pastora da igreja The River Church, de Tampa, na Flórida.
O S. 744 beneficia os indocumentados que estão nos Estados Unidos desde antes de 31 de dezembro de 2011 e não possuam antecedentes criminais. Os que se qualificarem entrarão em um estado de residente provisório por 10 anos, ao final dos quais poderão solicitar a residência ou o green card.
Três anos depois se qualificarão para pedir a cidadania.
Os democratas querem confirmar se há um compromisso real por parte dos republicanos para aprovar a reforma.
A reforma republicana
A lista de princípios menciona que para legalizar suas permanências, os indocumentados não poderão ter antecedentes criminais, precisam pagar importantes multas, pagar impostos atrasados e falar inglês. Entrarão em um processo de legalização ao término do qual receberão o green card.
Embora não esteja incluída uma via especial ou direta para a cidadania, legisladores republicanos declararam que os imigrantes favorecidos com a legalização poderão pedir a cidadania de acordo com as leis vigentes.
A deputada Ileana Ros-Lehtinen disse domingo no programa Al Punto da rede Univision que o próximo passo era a elaboração de um projeto de lei para ser debatido no plenário. Mas advertiu que antes de falar de legalização, primeiro deverá ser providenciada a segurança nas fronteiras, o freio ao controle ou travessia de indocumentados e a adoção do E-Verify.
Na lista de princípios os republicanos advertem que não levarão ao Comitê de Conferência o plano de reforma imigratória aprovado pelo Senado.
A Casa Branca recebeu com agrado a lista de princípios e disse que fará tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar e impulsionar a aprovação de uma reforma imigratória.
Das condições e requisitos contemplados na lista, a Casa Branca disse que a maioria é compatível com as exigências destacadas pelo presidente Barack Obama e estão incluídos na versão HR 15 que os democratas, com apoio republicano, apresentaram em outubro e que conta com votos suficientes para ser aprovada pelo plenário.
Os republicanos insistem em uma reforma imigratória por partes.
Até agora, o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados aprovou cinco emendas, todas baseadas em segurança e uma delas criminaliza a estadia indocumentada.
A lista de princípios inclui como requisito para entrar no caminho da legalização que os indocumentados se declarem culpados de ter violado as leis imigratórias dos Estados Unidos.