Desde 1º de outubro de 2021, quando começou o atual ano fiscal do governo federal, os agentes da Patrulha da Fronteira fizeram cerca de 1.82 milhão de apreensões ou descobertas de imigrantes na fronteira sul, um recorde consecutivo no governo Joe Biden.
Somente em julho, quase 200.000 detenções de migrantes foram registradas. Mas vale ressaltar que houve uma ligeira diminuição em relação a Menores Desacompanhados (Crianças) que acabaram em custódia federal em cumprimento ao Acordo Judicial de Flores de 1997, revelam números divulgados na segunda-feira (15) pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP).
“Os encontros com crianças desacompanhadas diminuíram 13%, com 13.299 encontros em julho, em comparação com 15.255 em junho!”, diz o relatório do CBP divulgado na segunda-feira (15). “Em julho, o número médio de crianças desacompanhadas sob custódia era de 562 por dia, em comparação com uma média de 752 por dia (registrada) em junho”, acrescenta.
O relatório também destaca que 22% dos 199.976 imigrantes indocumentados detidos já foram presos e expulsos pela Patrulha de Fronteira em um período de 12 meses; ou seja, tentaram novamente chegar aos Estados Unidos sem autorização. De 2014 a 2019, a taxa média de reincidência nas passagens de fronteira foi de 15%. Deve-se notar que a reentrada não autorizada é sancionada com uma proibição vitalícia, de acordo com a Lei de Imigração.
O comissário do CBP, Chris Magnus, disse que “este mês marca o segundo mês consecutivo de diminuição de encontros ao longo da fronteira sudoeste. Embora os números de partidas permaneçam altos, essa é uma tendência positiva e a primeira queda de dois meses desde outubro de 2021.”
Outro dado destacado pela agência é que 67% de todos os detidos eram adultos solteiros, uma queda de 4% em relação ao mês anterior. Por sua vez, cerca de 74.000 imigrantes ou 37% do total foram processados sob o chamado Título 42, a política de remoção imediata que remonta a 1944 e ativada em março de 2020 como parte das medidas para impedir a disseminação do coronavírus.
Por sua vez, pouco mais de 125.000 pessoas foram processadas sob o Título 8 da Lei de Imigração, ou seja, foram deportadas porque não conseguiram estabelecer uma base legal para permanecer neste país ou foram inadmissíveis (por terem antecedentes criminais ou sido deportadas anteriormente).
Os números de julho publicados pela Patrulha de Fronteira se juntam a outros mais sensíveis: desde janeiro do ano passado, quando Biden chegou à Casa Branca, mais de 1.000 migrantes perderam a vida tentando atravessar sem documentos para os Estados Unidos, segundo um relatório da agência de notícias Reuters.
Esse número inclui a morte de 53 pessoas que foram transportadas em um contêiner cujo sistema de refrigeração quebrou enquanto dirigiam em uma rodovia no norte do Texas.
Só no ano passado, 728 migrantes morreram ou foram dados como desaparecidos, mais que o dobro do número de 2015, de acordo com o relatório da agência noticiosa.
As autoridades culpam “coiotes” (traficantes de pessoas) inescrupulosos que os guiam sob o sol forte do deserto, os levam quilômetros para o mar em barcos rudimentares ou os forçam a escalar a cerca da fronteira.