Histórico

“Julgamento foi justo”, diz o delator do mensalão, Roberto Jefferson

Para o delator do mensalão, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) erra ao se dizer vítima de um julgamento “político” ou de “exceção”.

Condenado a sete meses e 14 dias mais multa de R$ 720 mil por seu envolvimento no esquema, Jefferson acredita que o processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi “democrático”, ainda que discorde do veredito que o condenou.

A postura de Dirceu, seu desafeto, não é cabível para o petebista.

“Foi um julgamento democrático, o que não quer dizer que tenha sido justo.Você pode não concordar com a decisão, eu também não concordo em relação a mim, mas dizer que foi um julgamento político, de exceção, em favor de elites… que elites? O presidente é do PT, o ex-presidente é do PT, os ministros nomeados pelo PT. Aqui não é Cuba nem Venezuela”, afirmou o ex-deputado.

Com relação aos petistas condenados, Jefferson usou de ironia: “Só três que foram condenados politicamente, Genoino, Delúbio e Dirceu”.

Jefferson aguarda em sua casa em Comendador Levy Gasparian (RJ), cidade a 140 quilômetros da capital fluminense, a expedição do mandado de sua prisão. Perguntado sobre a expectativa de julgamento pelo Supremo do caso do mensalão mineiro, que envolve políticos do PSDB, ele preferiu abster-se. “Não sou promotor.

Tenho apreço a Eduardo Azeredo (PSDB-MG) como pessoa. Foi um bom governador”, pontuou.

Ele está tranquilo no interior fluminense e disse ter dificuldades em voltar a viver no Rio de Janeiro, por causa do trânsito complicado na Barra da Tijuca, onde tem propriedade. Afirmou não ter saudades de Brasília, mas sim da convivência com os ex-colegas do Congresso. “Eu não suporto Brasília, uma cidade sem esquinas, onde não tem conversa. Do Congresso sim, eu sinto muita falta.

Sou um ser eminentemente político”, afirmou.

Acostumado a dar ordens, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu impõe a disciplina na prisão. Levanta bem cedo, faz ginástica, organiza temas para “debates” e virou o “rei da cela”. É ele o mandachuva que passa as tarefas para os companheiros e decreta a hora de fazer exercícios, de ler, de caminhar e jogar conversa fora.

Na manhã desta quinta-feira, 21, antes da saída do ex-presidente do PT José Genoino–que passou mal e foi hospitalizado -, Dirceu deu voz de comando a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido.

Aficcionado por limpeza, ele pegou um balde de água, sabão e vassoura e puxou

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