Depois de uma entrevista a um site brasileiro, Patrícia Concellos viu sua página no Facebook ser inundada com críticas e elogios
Joselina Reis
“Quando falei com a equipe de reportagem não imaginei que ia dar essa repercussão toda”, garante a ex-jogadora de futebol de areia, Patrícia Concellos. Assim que sua entrevista foi publicada por um site especializado em esportes no Brasil, vários brasileiros fizeram comentários criticando sua postura em dizer abertamente que trocou a vida de jogadora de futebol, das páginas da Playboy e o título de musa do futebol de areia 2000 para ser doméstica nos EUA.
Ela garante que nas primeiras horas após a publicação sua página no facebook tinha mais de 100 pessoas com pedidos de amizade e cerca de 50 comentários, fora todos os que foram publicados no site de esportes. “Não vou atender todo mundo, porque não sei o que eles querem com isso. Sobre as criticas porque virei doméstica só tenho a dizer que não tenho que dar justificativa”, desabafou, adiantando que se quiserem elegê-la musa das domésticas ela aceita.
Patrícia foi destaque do futebol feminino no Rio de Janeiro no início dos anos 2000 e até posou nua para difundir a modalidade. No entanto, a tentativa da atleta não deu certo e ela pendurou as chuteiras em 2010 quando se mudou com o marido e três filhos para Massachusetts. Ela lembra que o fator principal foi a falta de apoio ao esporte no Brasil. “Aqui eu trabalho duro, não sobra nada, mas não falta nada aos meus filhos”, conta ela, que se separou e hoje cuida sozinha dos três filhos.
Patrícia limpa casas em Massachusetts e garante que o tratamento que recebe de suas clientes é ótimo e ela não está arrependida da mudança. Indocumentada há um ano, depois de estar com o visto de estudante, Patrícia agora reforça as fileiras de imigrantes que aguardam a aprovação de uma lei de reforma imigratória.
Ela até foi chamada para ser treinadora, mas teve que recusar devido as dificuldades do idioma. Nesse ínterim a limpeza de casas começou a dar certo e o dinheiro foi bem vindo. “Eu sei que isso é apenas uma fase, não vou ser ‘houseclean’ para sempre”, disse lembrando também que veio para os EUA de início com a proposta de uma bolsa de estudos, mas o projeto não deu certo. No Brasil sua atividades principal era treinar, segundo ela, a família tinha condições financeiras e ainda hoje pede para que ela volte.
Patrícia garante que sempre gostou de ser independente e ser doméstica nos EUA não é ruim.”Eu vou feliz da vida limpar meus vasos. Eu gosto do estilo de vida daqui e meus filhos também. Amanhã surge outra coisa na mídia e os críticos vão ter outro assunto para se preocupar”, completou.