Proprietários de terra da região temem perder seus ranchos
Da redação com AP – Se o Congresso americano aprovar um projeto de lei de reforma imigratória integral, provavelmente incluirá a obrigação de erigir cercas que envolverão com altas colunas de aço uma grande parte da fronteira dos EUA com México de mais de 3.200 quilômetros (2.000 milhas) de comprimento.
No entanto, a ordem tornaria necessário seguir uma estratégia que o próprio ICE (divisão policial do Departamento de Imigração dos EUA) não está seguro de que funcionará. E a perspectiva de o governo confiscar mais terras deixa indignados muitos proprietários no extremo sul do Texas, onde centenas de pessoas já perderam propriedades durante a última onda de construções do muro fronteiriço.
“Continuo contra”, disse Aleida García, uma das residentes de Los Ébanos, no Texas, cujas terras foram confiscadas em 2008, quando este povoado cercado pelos três lados pelo fronteiriço rio Bravo foi escolhido como candidato para que se construa um segmento do muro na fronteira.
Se pudesse escolher, García preferia ter mais agentes patrulhando a zona. Pelo menos isto criaria alguns postos de trabalho, acrescentou.
Os legisladores da região parecem concordar. Três congressistas democratas do Texas que apóiam a reforma de imigração anunciaram que não apoiarão nenhum projeto de lei condicionado à construção de mais cerca na fronteira.
“Não atende ao propósito que os proponentes acreditam”, disse o deputado Filemón Vela, de Brownsville. “A construção de mais muro não faz sentido para mim.”
Os partidários da cerca dizem ser uma solução de sentido comum para evitar que as pessoas cruzem a fronteira porosa.
A faixa de terra que divide La Paloma Ranch de García foi finalmente devolvida a seus proprietários depois que a agência binacional que supervisiona os tratados fronteiriços determinou não ser possível construir o muro se houver uma simples inundação. No entanto, estas objeções foram descartadas no ano passado, e o governo dos Estados Unidos já retomou o planejamento do muro.
O governo ainda se encontra enroscado em uma disputa legal com os proprietários do Texas sobre a cerca construída na zona na última vez. E, no entanto, apesar da barreira existente, este é o local de toda a fronteira em que são efetuadas mais prisões por entradas ilegais no país.