Ana Paula Franco Comunidade

Médico brasileiro é considerado um dos maiores especialistas em cirurgia de aneurisma na Flórida

Neurocirurgião pode ser chamado de “Doutor Aneurisma” e ganhou a simpatia de colegas e pacientes

Guilherme Dabus é especialista em aneurisma cerebral
Guilherme Dabus é especialista em aneurisma cerebral

DA REDAÇÃO – Quando o (delicado) assunto aneurisma cerebral é abordado ou quando um paciente com esse diagnóstico chega ao Baptist Hospital em Miami, prontamente o médico brasileiro Guilherme Dabus, de 38 anos, é acionado.

Considerado um dos maiores especialistas no assunto na Flórida, o médico que se formou em radiologia com especialização em neurorradiologia intervencionista e neurocirurgia endovascular é apaixonado pela profissão que é herança de família. “Eu sempre tive muito contato com a medicina desde criança através do meu pai que também é médico. Eu me lembro muito bem que muitas vezes ele me levava junto com ele para o hospital ou outras vezes minha mãe nos levava para visitá-lo quando ele estava de plantão”, conta o médico. A decisão de se tornar médico, entretanto, só veio quando ele tinha 15, 16 anos motivado principalmente pela visão romântica de poder ajudar as pessoas e salvar vidas. “Antes de tomar esta decisão eu pensava em fazer engenharia aeronáutica ou direito”, disse.

Depois de terminar a residência no Brasil, Guilherme conseguiu uma vaga para fazer especialização nos Estados Unidos para onde se mudou com a família. Fez treinamentos em Chicago, no General Hospital/Harvard Medical School em Boston, retornou para Chicago até que chegou a Miami para trabalhar como diretor do Centro de Neurociência do Baptist Hospital.

Para tratar os aneurismas cerebrais, ele conta que usa técnicas endovasculares minimamente invasivas. “O grande desafio de trabalhar no cérebro é que qualquer problema ou complicação, por menor que seja, pode levar a resultados catastróficos e algumas vezes ser um evento fatal para o paciente. Na minha área especificamente, como as artérias.

“Sem dúvida nenhuma, a maior recompensa é o lado humano, é a gratidão por ter sido parte, por ter influenciado de forma positiva (através do tratamento), esse momento tão delicado e importante para esse paciente e sua família. É um privilégio e uma honra poder participar desses momentos e ter a confiança desses pacientes e suas famílias. Isso é algo que todos nós médicos devemos lembrar todos os dias.

Sobre a responsabilidade e habilidade que envolvem a profissão de um neurocirurgião, o médico costuma dizer uma frase em suas palestras em congressos e eventos científicos, uma frase de Aristóteles que para o médico resume tudo: “Nós somos o que fazemos repetidamente; a excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”.

Relação entre médico e paciente

Guilherme é conhecido por ser querido por seus pacientes e chamado até de “milagroso”. Por uma questão cultural, muitas vezes, os pacientes brasileiros reclamam do tratamento “frio” dado pelos médicos americanos. Para Dabus, existe uma diferença cultural que muitas vezes faz com que pacientes vindos de países sul-americanos em especial o Brasil, tenham essa percepção. “Isso acaba sendo ainda mais acentuado para as pessoas com mais recursos financeiros que estavam acostumadas com médicos particulares e consultórios que muitas vezes se parecem mais com uma sala de estar ou lobby de um hotel 5 estrelas do que um consultório médico. Entenda, nada contra, mas a cultura aqui é que o consultório é para se examinar o paciente”.

Ele comenta que sempre observa que, após a cirurgia de um americano, no máximo três familiares estão esperando. No caso dos latinos, é comum estarem na sala de espera 10, 15 familiares e amigos.

Prevenção

Prevenir um aneurisma cerebral não é fácil, já que estão envolvidos fatores genéticos, mas o fumo e a hipertensão arterial também estão relacionados com o rompimento do aneurisma e o especialista recomenda que pacientes com aneurisma cerebrais não fumem ou que parem de fumar e que mantenham a pressão arterial bem controlada. “No caso do AVC isquêmico, a recomendação é a mesma para doenças cardiovasculares em geral. Ou seja, ter uma vida saudável e ativa, se exercitando três vezes por semana, controle da pressão arterial, controle do colesterol, controle da diabetes, e evitar sedentarismo, evitar fumar”, concluiu. 

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