Histórico

Sócio da TelexFree é candidato a deputado federal pelo Espírito Santo

Caso seja eleito, Carlos Costa passa a ter direito a foro privilegiado

Carlos CostaDA REDAÇÃO COM TERRA E IG – Carlos Roberto Costa, um dos sócios da empresa TelexFree, investigada por formação de pirâmide financeira, é candidato a deputado federal pelo Partido Republicano Progressista (PRP), no Espírito Santo. A candidatura dele foi registrada no último sábado (5) e ainda precisa ser aprovada pela Justiça Eleitoral.

Caso eleito, Costa – que é um dos donos da Ympactus, braço brasileiro da TelexFree – passa a ter direito a foro privilegiado, o que o levaria a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário também poderia, caso a Corte receba algum processo contra ele, renunciar ao mandato para ser julgado como cidadão comum – o que retardaria o andamento do caso.

Costa foi fundamental para que a TelexFree, criada nos Estados Unidos em 2002 pelo brasileiro Carlos Wanzeler e pelo americano James Matthew Merrill, deslanchasse. Enquanto Costa tenta uma vaga na Câmara Federal, Wanzeler está foragido desde abril, e Merril, que passou pouco mais de um mês preso, responde ao processo em liberdade nos EUA.

No Brasil, o Ministério Público do Acre, que pede a extinção da empresa, incluiu Costa como réu na ação civil pública. Nos Estados Unidos, o caso está sendo investigado pela corte de Massachusetts.

Os bens móveis, imóveis e dinheiro existente em contas bancárias do empresário estão bloqueados. Carlos Costa declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 13,5 milhões, sendo R$ 300 mil em cotas da empresa Ympactus.

Na Espanha
Além das operações no Brasil, República Dominicana e Estados Unidos, a TelexFree prejudicou as economias de mais de 50 mil espanhóis que investiram na companhia, de acordo com informações do jornal El País. Os espanhóis prejudicados estão preparando uma ação coletiva para entrar na Justiça contra a empresa. Eles alegam que o desmoronamento da TelexFree já estava no conhecimento dos donos.

Caso TelexFree
A TelexFree suspendeu suas atividades em maio, para cuidar de pendências com a Corte de Falências dos Estados Unidos e outras agências governamentais. O principal órgão regulador do mercado de títulos no estado de Massachusetts acusou a TelexFree de promover um esquema de pirâmide que movimentou $1 bilhão junto a públicos que incluem brasileiros residentes nos Estados Unidos.
Esquemas de pirâmide pagam mais aos participantes para recrutarem novos membros do que para venderem os produtos oferecidos, no caso da TelexFree planos planos de telefonia via interner – o VOIP. Além disso, fazia falsas promessas a potenciais participantes de que poderiam ficar ricos rapidamente.

No Brasil, a TelexFree está proibida de operar desde o ano passado. Ainda em maio, a empresa foi multada em R$ 5,59 milhões por desrespeitar o Código de Defesa do Consumidor e fazer propaganda enganosa.

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