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Saiba como aumentar chances de conseguir visto de trabalho no Canadá

Aprender francês é ponto de partida; em Quebéc, remuneração média anual é de 39 mil dólares canadenses

DA REDAÇÃO (com Exame) – Brasileiros que trabalham nas áreas de TI, engenharia, administração, contabilidade e marketing estão na mira da província de Québec no Canadá. Com boas perspectivas profissionais, a região promove anualmente um programa de imigração voltado para profissionais qualificados e, de preferência, que tenham até 35 anos. Neste ano, serão aceitas até 6.300 solicitações de visto permanente por ano, recebidas de todo o mundo.

A revista brasileira Exame fez um guia que mostra como profissionais brasileiros interessados podem aproveitar as oportunidades oferecidas pelo país e maximizar suas chances de sucesso.

“Todo ano são milhares de novos imigrantes que chegam ao Québec”, diz Perla Haro Ruiz, assessora de prospecção e promoção do Ministério de Imigração, Diversidade e Inclusão do Québec.

Ficou interessado? “Aprender francês é o primeiro passo”, diz Perla. Neste mês, ela está no Brasil e tem percorrido várias cidades fazendo palestras para interessados em conseguir o visto permanente de residência e trabalho no país. O foco na exigência de domínio do idioma francês, que é a única língua oficial de Québec, fica claro nos encontros, sempre lotados, realizados. “Se o profissional não fala francês, ele não vai conseguir um emprego qualificado”, afirma Perla. Segundo a assessora, a raiz latina comum e a fonética do português tornam, em tese, mais simples o estudo do francês para brasileiros.

Mas não é só isso. A boa qualidade acadêmica e profissional e a facilidade de adaptação dos brasileiros também contam a nosso favor, segundo Perla. “A formação universitária brasileira é parecida com a canadense, em geral, não há necessidade de revalidação do diploma. Além disso, os imigrantes brasileiros são abertos a novas culturas e não costumam se fechar em ‘guetos'”, afirma.

“Muitas pessoas se inscrevem na palestra e acham que vão sair daqui com emprego em Québec, mas não é bem assim”, diz Perla. O programa é para conseguir o visto permanente de residência e trabalho.

E, apesar de o governo do Quebec dar suporte e fornecer ferramentas de acesso a plataformas de networking e de busca de emprego, a conquista das oportunidades profissionais é de responsabilidade de cada imigrante aceito na província. Por isso, é importante atentar à lista de profissionais mais demandados, que é atualizada, em média, a cada dois anos pelo ministério da imigração a partir de informações do mercado de trabalho da província. Mais informações em http://bit.ly/1oaZV5P

Dois anos de espera
O processo para conseguir o visto permanente não é rápido. São cerca de 2 anos e meio até a liberação, segundo o ministério da imigração.

Candidatos à residência permanente passam pela avaliação do governo da província do Québec, na primeira etapa, e pela avaliação do governo federal canadense, na segunda e última etapa do processo.

Na primeira fase, critérios pessoais e profissionais são avaliados pelo departamento de imigração do Québec em um sistema que resulta em uma pontuação. Nível de domínio da língua francesa, profissão do requerente, experiência profissional, idade entre outros tantos critérios são levados em conta e somam pontos.

Recebem o certificado de aprovação – CSQ (Certificat de Sélection Du Quebec) – os candidatos que obtêm uma pontuação mínima. Com ele em mãos, os potenciais imigrantes já começam a ter acesso a cursos virtuais sobre a língua e a cultura do Québec e plataformas de networking e busca de emprego.

Na segunda etapa, passam pela avaliação do governo federal do Canadá que solicita exames médicos e atestado de antecedentes criminais. Aprovados na segunda, e última, etapa já podem começar a fazer as malas.

Engenharia e TI em alta
Entre os profissionais de engenharia, os habilitados nas áreas aeronáutica, de alimentos, civil, elétrica, de produção, mecânica e de software têm as chances mais promissoras agora no Québec.

Carreiras ligadas à tecnologia da informação são o grande destaque na região. O setor, aliás, é um dos motores da economia da província, com 7,8 mil empresas instaladas por lá. São mais de 176,3 mil pessoas empregadas, sendo que 23% são imigrantes.

“E a boa notícia é que não existe ordem profissional para TI `em egenharia, existe essa exigência`, então o imigrante pode chegar e, se arrumar emprego, já começa a trabalhar na sua área rapidamente”, diz Perla.

Baixo custo de vida
Os salários também são atrativos, tendo em vista o custo de vida que é um dos mais baixos entre as províncias canadenses. O salário mínimo é de 10,35 dólares canadenses por hora (26,5 reais/hora). Já a remuneração média anual é 39 mil dólares canadenses (98,16 mil reais anuais).

As jornadas semanais de trabalho variam entre 35 e 40 horas semanais e por lei, os trabalhadores têm direito a duas semanas de férias por ano e 8 dias de feriados.

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