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Policial mata jovem de 14 anos em protesto contra o governo na Venezuela

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Kluiverth Roa foi atingido por uma bala na cabeça e não resistiu a ferimentos

Kluiverth Roa foi atingido por uma bala na cabeça
e não resistiu a ferimentos

O Ministério Público da Venezuela anunciou que indiciará o policial suspeito de envolvimento na morte do adolescente Kluiverth Roa, de 14 anos, ocorrida na terça-feira (24), durante protesto na cidade de San Cristóbal.

O rapaz foi morto perto da Universidade Católica de Táchira, durante o confronto entre estudantes e policiais em uma manifestação contra o governo.

“O Ministério Público vai denunciar o oficial da Polícia Nacional Bolivariana, Javier Mora Ortiz, pelo suposto vínculo com a morte de um adolescente de 14 anos, ocorrida durante uma manifestação em San Cristóbal”, informou o órgão em um comunicado.

Atingido por uma bala na cabeça, o estudante Kluiverth Roa foi levado para o Hospital Central, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Em seu programa noturno de televisão das terça-feiras, o presidente Nicolás Maduro condenou a morte do estudante, “que aconteceu no momento, em que um grupo de garotos encapuzados estava em atividades de protestos e de geração de violência”.

“Nesse momento, aconteceu um fato inverossímil. Alguns policiais passaram por ali, se envolveram em uma briga – dizem os policiais que foram cercados, agredidos e atacados com pedras -, e um dos policiais acionou a espingarda de pressão e assassinou esse garoto”, relatou.

Mais uma vez, o presidente afirmou que, na Venezuela, há “grupos de ultradireita, envenenando nossos meninos”, e pediu aos jovens que não participem de manifestações violentas.

Por causa da morte de Roa, estudantes venezuelanos fizeram manifestações nas ruas em Caracas, para exigir justiça pelo assassínio de um companheiro de 14 anos de idade e para que seja derrubada a recém-aprovada resolução que permite uso progressivo de força letal para controlar manifestações.

Com cartazes e cadernos pintados de vermelho, simulando sangue, os estudantes concentraram-se no Ministério do Interior, Justiça e Paz, onde entregaram um documento pedindo a destituição do diretor da Polícia Nacional Bolivariana, organismo supostamente responsável pelo homicídio.

Os estudantes exigem ainda que sejam levados a julgamento os responsáveis por 43 assasinatos de jovens em 2014, em protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Pedem justiça também no caso dos cinco estudantes assassinados na semana passada no país.

‘Força letal’ autorizada
A ministra do Interior e da Justiça, a almirante Carmen Meléndez, explicou que, após sua detenção, o policial “declarou ter efetuado um disparo no estudante com uma espingarda com balas de borracha”. O MP apontou dois procuradores para investigarem o caso. Não foi divulgado se o rapaz participava do protesto.

Essa morte acontece semanas depois de o governo ter autorizado a seus agentes o uso de “força letal” para controlar a ordem pública.

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