Histórico

Obama encontra resistência dos republicanos para projeto de urgência na fronteira

Opiniões se dividem e presidente enfrenta mais problemas ao não incluir visita na fronteira durante viagem ao Texas

ObamaDA REDAÇÃO COM CNN – Mais uma vez o problema de imigração nos EUA estremeceu as relações entre republicanos e democratas. Agora, é o caos vivido na fronteira entre EUA e México, onde mais de 52 mil crianças já chegaram nos últimos nove meses superlotando os abrigos nas cidades vizinhas. Esta semana, Obama divulgou seu plano para tentar remediar o problema e pediu, ao invés dos $2 bilhões anunciados semana passada, $3,7 bilhões.

Mesmo afirmando que vai deportar a grande maioria das crianças, mulheres e adolescentes indocumentados, os republicanos não estão satisfeitos com o plano do presidente e ainda não confirmaram que vão liberar o recurso.

Se o fluxo de crianças indocumentadas continuar na mesma velocidade, agentes da fronteira acreditam que entre 60 a 80 mil menores desacompanhados vão chegar à fronteira americana até o fim de 2014. Elas vêm principalmente de três países, Honduras, El Salvador e Guatemala. Para chegar até o Texas, as crianças são levadas por uma jornada dura, perigosa e até fatal. Todas deixam seus países de origem com a falsa promessa de que os EUA não deportam menores.

Plano
Os $3,7 bilhões do plano do president Barack Obama significam cerca de 10% do que foi proposto no projeto de reforma imigratória. A lei passou no Senado no ano passado, mas a Câmara – comandada pelos republicanos – barrou.

O plano emergencial de Obama para lidar com o atual problema da fronteira – que tem sido chamado de ‘crise humanitária’- está sendo duramente atacado por críticos que afirmam que a ‘invasão’ de crianças poderia ter sido prevista.

Dos $3,7 bilhões, Obama quer investir $1,6 bilhão no Departamento de Segurança Nacional (DHS, em inglês) e Departamento de Justiça para reforçar ações de segurança na fronteira e barrar os traficantes. Outros $300 milhões seriam investidos no Departamento de Estado para ajudar a clarificar a situação com os países vizinhos, dismistificando a informação de que crianças desacompanhadas podem viver legalmente nos EUA.

No entanto, o principal objetivo da ação emergencial é a deportação rápida das crianças que chegarem a atravessar a fronteira. “A maioria vai retornar para onde vieram”, disseram oficiais da Casa Branca.

Cerca de $1,8 bilhão seriam investidos no Departamento de Saúde e Serviços Públicos, órgão responsável por dar abrigo às crianças. Fontes oficiais do governo afirmaram que o recurso permitiria que o país oferecesse condições adequadas aos menores. “É uma obrigação moral e legal”, afirmaram.

Na terça-feira, o Pentágono divulgou que havia recebido mais pedidos de abrigo para menores. Ao todo seriam outras 5 mil camas, o espaço atual de 3600 estaria superlotado.

Oposição
Enquanto Casa Branca e democratas acreditam que devido à urgência da situação o pedido seria aprovado sem muita discussão, os republicanos indicam o contrário.

O porta-voz da Câmara, Michael Steel, disse que o pedido de Obama será revisto, mas antecipou que os republicanos já perceberam falhas no projeto emergencial. “O líder da Câmara (John Boehner) continua favorável ao envio da Guarda Nacional para a fronteira, ação que não está incluída no projeto”, lembrou.

Os republicanos também argumentam que a lei assinada em 2008 pelo presidente George W. Bush – que prevê uma audiência com a Justiça antes que crianças desacompanhadas sejam devolvidas ao seu país de origem – deveria ser alterada. Eles afirmam que o número de casos na fronteira ultimamente é tão grande que criou uma fila de processos, díficil de ser regularizada.

“Eu não acredito que nós possamos resolver o problema se a lei não for reformulada”, disse o senador republicano Joh Cornyn, do Texas. Os democratas, no entanto, já adiantaram que não querem mexer na legislação, dando assim, oportunidade para aquelas crianças com familiares nos EUA de conseguirem asilo.

Visita na fronteira
Obama visitou o Texas na quarta-feira para participar de reuniões políticas, incluindo algumas para levantar fundos para o partido, no entanto não compareceu à fronteira. A atitude fez aumentar ainda mais as criticas dos políticos da região, principalmente do governador do Texas, Rick Perry, que se recursou a receber o presidente no aeroporto.

Perry atacou o presidente há poucos dias, afirmando que Obama não estava dando a devida atenção ao problema. Ele também disse que quer de volta os $500 milhões que o estado do Texas já gastou dos cofres públicos e do bolso dos texanos para segurar a onda de imigrantes indocumentados que tentam todos os dias atravessar a fronteira.

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