Foi tudo tão inesperado e rápido que os torcedores da seleção não conseguiram acreditar, mesmo dias depois do jogo
DA REDAÇÃO COM AGÊNCIAS – A vitória de 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil na semifinal da Copa do Mundo na terça-feira (8) foi um evento de magnitude sem precedentes nas mídias sociais, quebrando recordes no Twitter e gerando comentários de fãs de futebol por todas as partes do globo. Entre os brasileiros, a comoção começou ainda no meio do primeiro tempo, com muita gente deixando o estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, perplexo. No dia seguinte, alguns jornais brasileiros preferiram não estampar nada na capa, simplesmente preta ou branca de vergonha.
Com 35.6 milhões de tuítes, o jogo foi o evento esportivo mais discutido na mídia social no mundo até então, e o gol de Khedira, o quinto da Alemanha, aos 29 minutos do primeiro tempo, quebrou o recorde de tuítes por minuto (TPM), com 580,166 TPM.
A derrota do Brasil também provocou 200 milhões de interações no Facebook, que vieram de 66 milhões de pessoas. Cerca de um quarto dessas interações vieram do Brasil, com 16 milhões de pessoas fazendo 52 milhões de comentários sobre a derrota da Seleção Brasileira.
Até então, o recorde no Twitter para um evento esportivo era de um outro jogo desta Copa do Mundo: a disputa entre Chile e Brasil, que gerou 389 mil tuítes por minuto.
Com a derrota o que não faltaram nas redes sociais, depois do choro, foram os insultos e as teorias de que como e porque o Brasil teria deixado tamanho desastre acontecer. As piadas também não deram trégua, sendo o técnico Luiz Felipe Scolari o alvo principal da raiva e indignação do torcedor. Nas ruas, houve quebra-quebra com ônibus incendiados, brasileiros presos e um turista alemão que teria ficado surdo depois de uns tapas de torcedores brasileiros.
Mas nem tudo está perdido, vale lembrar que 32 seleções entraram e somente quatro continuam no páreo e o Brasil este entre elas. Os quatro restantes vão decidir seus lugares no pódio, e na história, neste fim de semana, 12 e 13 de julho. Brasil e Holanda se enfrentam às 4pm em Brasília na decisão pelo terceiro lugar, enquanto a ‘fominha por bola’ Alemanha e a arquirival brasileira, Argentina, dão o brilho final da festa no palco maior – o Macaranã, no domingo a partir das 3pm.
Depoimentos
“Bem, minha atitude no jogo de sábado será de indiferença. Porque a vitória não apagará o vexame e a derrota só fará agravar ainda mais os problemas. Acho que nem deveria haver esta partida, mas está no regulamento. Minha reação foi de perplexidade, como aliás deve ter sido da maioria das pessoas. Apesar de a Alemanha ter uma equipe superior, 7 a 1 é um placar atípico num jogo anormal.
Eu vou torcer pela Argentina, por dois motivos: a Alemanha já tem três copas e, se ganhar mais uma, ficará com quatro, muito perto do Brasil; e uma vitória da Argentina manterá o título na América do Sul, aliás nenhum europeu venceu uma Copa do Mundo em solo americano até agora. Com certeza fiquei muito frustrado. Houve jogo? Sinceramente não consegui ver, havia apenas um time em campo.”
Antonio Tozzi, jornalista
“Foi a maior frustração que tive no esporte em toda minha vida. Fiquei profundamente triste por causa das crianças que não conseguem entender. Fiquei triste porque o povo brasileiro não merecia isto. Fiquei triste por ver 190 milhões de pessoas chorando. A dor da derrota não é fácil. Fiquei triste pelos jogadores que deram muito de si.
Em contrapartida, tivemos sucesso total na Copa Solidária PIBFlorida. Arrecadamos 1607 latas de leite para o Haiti. Foi muito gratificante assistir os jogos com a comunidade e conhecer novas pessoas. Vou torcer pela Alemanha na final, porque ninguém merece ouvir a gozação dos argentinos por toda a vida . (Risos).”
Silair de Almeida, pastor da Primeira Igreja Batista da Flórida de Pompano Beach
