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Gasolina no Brasil está entre as mais caras do mundo

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O combustível no Brasil teve aumento de 2,4% de julho para cá, contrariando o mercado internacional que tem visto os preços da gasolina despencar. Na Flórida, por exemplo, o galão com 3,6 litros, chega a custar $2 dólares.

Aos olhos dos motoristas brasileiros, as bombas de combustível têm contrariado o noticiário. Embora a cotação internacional do petróleo tenha desabado 60% nos últimos sete meses, o preço médio da gasolina no mercado brasileiro subiu, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). No diesel, a alta foi ainda maior, de 4,4%. O resultado é que a gasolina brasileira já custa 61,1% mais que o preço internacional, de acordo com cálculos da RC Consultores. De acordo com analistas, o poder quase monopolista que a Petrobras detém dos mercados de produção e importação de derivados no Brasil impede que a diferença de preços seja repassada para o consumidor.

O petróleo iniciou sua queda livre em meados de junho de 2014. À época, o barril do tipo Brent custava mais de $115, pressionado por conflitos no Iraque. Desde então, uma sucessão de dados negativos sobre a economia global e sobre o excesso de produção da commodity fez a cotação despencar, até chegar aos $47 nesta terça-feira.

Nos Estados Unidos, o efeito disso sobre as bombas foi rapidamente sentido pelos consumidores, com os preços caindo por mais de cem dias consecutivos e atingindo o menor patamar desde maio de 2009. No Brasil, porém, a gasolina custava em média R$ 2,957 em junho passado e saía por R$ 3,029 entre 28 de dezembro e 3 de janeiro.

“Nos EUA, já se prevê que a inflação do país ficará zerada este ano com a queda dos combustíveis. Lá, os preços da commodity são muito rapidamente repassados aos consumidores, pois impera a lógica do mercado. Existem 175 refinarias privadas nos EUA. No Brasil, como a Petrobras tem praticamente um monopólio desse mercado, é ela que decide os preços, prerrogativa que acaba sendo, na prática, do Ministério da Fazenda”, afirmou Adriano Pires, sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Nos últimos anos, a Petrobras manteve os preços internos mais baixos que os do mercado internacional, política exigida por Brasília para reduzir a inflação. A petrolífera amargou duras perdas com essa disparidade, pois importa grande parte dos combustíveis que vende no mercado doméstico. Entre 2011 e 2013, o prejuízo da chamada conta de abastecimento com gasolina e diesel foi de R$ 70,9 bilhões. No primeiro semestre de 2014, o resultado ficou negativo em R$ 13,3 bilhões.

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