Histórico

Brasileira trilha carreira de sucesso na produção de filmes nos Estados Unidos

Mineira Juliana Zanon deixou o Brasil para estudar em New York e hoje se envolve em diversas produções cinematográficas

Tonya Elizabeth

DIVULGAÇÃO
A produtora Juliana Zanon

A produtora Juliana Zanon

Ela é uma profissional talentosa e de muito sucesso. Produtora e diretora já conhecida no mercado, a mineira Juliana Zanon se tornou uma referência para produtores de cinema e vídeo em geral, em vários idiomas. Ainda vamos ouvir falar muito por todo o mundo dessa brasileira.

Juliana passou 10 anos no Estado americano de Connecticut. Sua carreira em produção teve início em shows brasileiros e eventos no Central Park. Formada em Administração e Marketing pela Universidade Western Connecticut, ela usa esse conhecimento para coordenar sua equipe e suas produções. Foram mais de 40 shows que incluem Daniel, Paralamas do Sucesso, Zezé di Camargo e Luciano e o show de abertura da primeira turnê americana da Ivete Sangalo, entre outros.

Essa produtora polivalente também fez parte de outras equipes vitoriosas. Ela integrou o time do Festival Internacional de Filmes de Miami por 4 anos e, por 8, o Festival Brasileiro de Cinema, da Inffinito. Nesta última equipe, ela atuou como Gerente de Projetos em Nova York e Miami e participou também de outros seis festivais fora dos Estados Unidos, como nas cidades de Barcelona e Madri.

Sua carreira começou quando ainda era muito jovem e decidiu ir para Nova York, onde a concorrência é acirrada e só vencem os melhores. Aos 24 anos, resolveu mudar de ares e escolheu Miami para morar: “Sempre quis morar em Miami, e como o Festival de Cinema era muito grande e a sede era aqui, decidi trabalhar em tempo integral com a Inffinito. Eu cresci muito com a equipe. Foi uma parte muito importante da minha vida.”

Mas Juliana precisava voar mais alto: “Eu queria fazer algo mais artístico. Não dava mais para continuar no festival e tocar os projetos individuais que estavam aparecendo para mim.”

Um desses projetos foi coordenar a parte de “O Aprendiz” nos Estados Unidos. O programa de Roberto Justus, uma versão para a TV brasileira de The Apprentice, com Donald Trump, oferecia as recompensas no exterior, em cidades como Miami, Nova York, Las Vegas e Boston. E, claro, quem coordenava tudo isso nos Estados Unidos era a competente produtora. “Desde Nova York, eu me tornei uma referência para várias produtoras do mundo todo. Os produtores e diretores de NY me conheciam e acabavam me indicando.”

Com isso, a 2do Productions se solidificou de vez no mercado: “Trabalhamos para o programa Estrelas, da Angélica, e produzimos catálogos para diversas companhias como Natura, Avon, Boticário, Água de Coco, Dafiti e Linda de Morrer.” Juliana e seu time participaram da produção dos filmes Iron Man 3 e Charlie’s Angels, do seriado Magic City, Dexter e Pain and Gain, entre outros.

A equipe básica da sua produtora é formada por cinco pessoas, mas Juliana contrata os demais membros da equipe de acordo com a necessidade de cada projeto: “Tem que ver o que o produtor quer, ler a história, ficar em contato com o Departamento de Arte etc.”

A produtora revela alguns dos desafios do seu trabalho: “Em Magic City, a história acontecia em 1930. Então, tínhamos de nos preocupar com a folhagem, as placas, enfim tudo mesmo nas gravações externas. As pessoas veem os filmes e não imaginam tudo que precisa ser feito para 30 segundos de filmagens na rua. É caro e difícil. O seguro de filmagem, desviar o trânsito, policiais para proibir o acesso à área e garantir a segurança.”

Outro longa em que o time de Juliana trabalhou foi a comédia S.O.S. Mulheres ao Mar 2, que teve parte filmada há poucos meses em Miami e precisou de um seguro muito alto, porque traz muitos dublês e muita ação. Juliana revela que não faz nada sem as devidas autorizações, licenças e seguros mas, mesmo assim, imprevistos acontecem. No caso do filme em questão, a atriz Thallita Carauta dirigia um carro conversível na Ocean Drive, em South Beach, e fez uma manobra de retorno na hora da filmagem, conforme o roteiro.

Um policial desavisado, que não fazia parte da equipe contratada e que não percebeu que a rua estava interditada para a gravação, parou a atriz, por causa da manobra illegal, e pediu a carteira de motorista e demais documentos, no meio da filmagem. A risada foi geral com o “mico” do policial. Fora isso, no meio da conversa entre Juliana e o oficial, quando ela explicava que aquilo era a parte de um filme, um operador de áudio saiu do porta-mala do carro, de onde gravava a cena.

Na Universal, em Orlando, os desafios foram outros, devido ao tamanho da equipe. Ela trabalhou com um time adicional de 54 estagiários estudantes de cinema do Vallencia College.

Mas, apesar de todo o trabalho exaustivo, Juliana está muito feliz por ser uma das produtoras do filme, pois queria muito trabalhar com a diretora de SOS Mulheres ao Mar 2. “Meu sonho sempre foi trabalhar com a Chris D’Amato. Quem não gostaria de produzir um filme brasileiro nos EUA? O elenco é maravilhoso, a Thalita é muito engraçada e tudo foi muito prazeroso.”

Outra boa escola para a produtora foram as telenovelas hispânicas. Juliana trabalhou por dois anos no canal Telemundo, na produção de cinco novelas: Tierra de Reyes, Santa Diabla, Reina de Corazones, Marido de Alquiller e Pasión Proibida.

Apesar de tanta experiência e sucesso, nossa produtora não se acomoda e quer mais. Com a agenda lotada até dezembro, que inclui a produção de dois videoclipes em Miami, além de outro filme brasileiro e vários editorias de moda por todo o mundo, ela quer se tornar uma diretora de fotografia num futuro bem próximo. E ela dá um conselho para quem quer ter um caminho de êxito como o dela: “Trace uma meta. Não é a vida que determina o sucesso, mas a sua luta”. Essa brasileira sonha alto mas, segundo ela, “com o pé no chão”.

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