Histórico

Brasil tem protestos em todos os estados contra Dilma e corrupção

No domingo (15), multidões foram às ruas manifestar contrariedade à presidente e a escândalos de corrupção no país

Multidão na Avenida Paulista: para Datafolha 210 mil foram ao protesto
Multidão na Avenida Paulista: para Datafolha 210 mil foram ao protesto

DA REDAÇÃO (com Folha de S.Paulo) – Centenas de protestos contra a presidente Dilma Rousseff levaram uma multidão às ruas das maiores cidades do Brasil no domingo (15). Os manifestantes fizeram uma vigorosa demonstração de sua insatisfação com Dilma e o PT, partido que governa o país desde 2003. Muitos defenderam o impeachment da presidente, relata a Folha de S.Paulo.

Em São Paulo, o protesto atraiu 210 mil pessoas para a avenida Paulista, segundo cálculos feitos pelo Datafolha (o número diverge do cálculo feito pela Polícia Militar, que contabilizou em 1 milhão o número de manifestantes). Foi a maior manifestação política da capital após a campanha das Diretas Já, em 1984. O verde e o amarelo predominaram nas roupas dos que foram às ruas.

Houve protestos em 153 cidades, incluindo as capitais de todos os Estados e Brasília. Estimativas feitas pela Polícia Militar nos Estados ao longo do dia, com critérios menos confiáveis que os do Datafolha, sugerem que as manifestações atraíram 1 milhão de pessoas em São Paulo e cerca de 1,7 milhão nas capitais.

Panelaço
No início da noite, o governo enfrentou novo constrangimento. Moradores de São Paulo e outras cidades foram às janelas de seus apartamentos vaiar, gritar e bater panelas ao ver na televisão o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, destacados pela presidente para comentar as manifestações e defender o governo em entrevista coletiva.

Organizados por vários grupos nas redes sociais, os protestos tiveram reduzida participação de políticos. Líderes partidários foram impedidos de discursar. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu para Dilma a eleição de 2014, apareceu na janela do seu apartamento no Rio e divulgou um vídeo na internet. “Não vamos nos dispersar”, pediu.

Na entrevista à noite, Cardozo disse que as manifestações são expressão de espírito “democrático” e que o governo está disposto a “ouvir quem nos critica e quem nos apoia”. Os dois ministros defenderam reformas no sistema político e disseram que vão apresentar em breve um pacote anticorrupção, promessa feita por Dilma na campanha de 2014.

Na segunda-feira (16), outro panelaço (a terceira manifestação deste tipo no mês de março) foi registrado em diversas cidades enquanto a presidente Dilma falava ao Jornal Nacional sobre os protestos.

Pelo mundo
Fora do Brasil também houve protestos contra Dilma e a corrupção. Cidades como Londres, Sidney, Buenos Aires, New York, Chicago, Boston e Miami registraram manifestações.

Na maior metrópole da Flórida, cerca de 200 pessoas com cartazes, bandeiras, faixas e camisas verde-amarela se juntaram em frente ao Bayfront Park, em Downtown Miami, na tarde do domingo. Com gritos de “Fora, Dilma”, “Fora, PT” e palavras de ordem pedindo o fim da corrupção, eles também relataram suas experiências no exterior no alto-falante durante o protesto.

Profissional da área de turismo, a paulista Patrícia Borges Santos, afirmou estar no local porque ama o Brasil e não aguenta mais ver o seu país sofrer com a corrupção. “Basta de roubalheira, basta de PT no governo por tantos anos. Queremos mudança já”, disse Patricia, que mora em Miami há cinco anos.

Brasileiros protestaram em Miami
Brasileiros protestaram em Miami

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