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Ativistas querem Luis Gutiérrez como candidato à presidência dos Estados Unidos

Grupo Centro Sin Fronteras quer que deputado mais ativo pela causa imigratória concorra à Casa Branca

DA REDAÇÃO COM AGÊNCIAS

Ativistas querem Luis Gutiérrez como candidato à presidência dos Estados UnidosIndignada com o vaivém do presidente Obama na questão imigratória, uma das mais proeminentes ativistas da causa imigratória está lançando uma campanha, chamada Draft Gutierrez (Convoque Gutierrez), para convencer o deputado federal (Representative) Luis V. Gutierrez, democrata por Illinois, a concorrer para a presidência em 2016, como candidato independente.

Rev. Emma Lozano, fundadora do Centro Sem Fronteiras, em Chicago, tem longa história ao lado do presidente Obama na questão imigratória, mas disse que dará até o Thanksgiving para o presidente tomar medidas unilaterais que parem com as deportações. Depois disso, começam as manifestações. “Vamos lançar nosso próprio candidato latino e independente para presidente dos Estados Unidos,” disse em email direcionado à sua rede de apoiadores.

Lozano circula a petição Draft Gutierrez, que pede aos ativistas que seja levada aos pontos de votação no próximo mês, a fim de angariar assinaturas de apoio para uma candidatura independente de Gutierrez.

Gutierrez está no seu 11º mandato no Congresso como democrata. Trata a questão imigratória como sua maior prioridade, lutando pela legalização e ganhando assim o reconhecimento dos ativistas hispânicos.

Douglas Rivlin, porta-voz de Gutierres, disse entretanto que seu chefe não está interessado na Casa Branca.

“O deputado não é candidato à presidência, mas está lisonjeado com o desejo expresso na petição,” disse Rivlin, e acrescentou que Gutierrez está concentrado na preparação dos imigrantes para qualquer que seja o anúncio feito pelo presidente mais tarde este ano realtivo à questão.

Rivlin admitiu, contudo, que os democratas têm um desafio frente aos eleitores. “A petição surgiu da revolta e da ansiedade dentro da comunidade, que ele ouve sempre em suas viagens e conversas com os cidadãos latinos e imigrantes que buscam a cidadania,” disse. “Na questão imigratória, as pessoas querem saber se os democratas estão realmente do seu lado, ou se estão apenas sendo ‘não-republicanos’ no assunto.”

Lozano disse que não está dando uma opção para Gutierrez.

“Vamos obrigá-lo a candidatar-se, não estamos pedindo nada a ele,” afirmou ela ao Washington Times. “Estamos em guerra e quando estamos em guerra lutamos. Vamos convocá-lo.”

Lozano tem um longo histórico de lutas pela causa imigratória, incluindo a ajuda para encontrar um ‘santuário’ para a imigrante indocumentada Elvira Arellano, que o governo federal tenta ainda deportar. Acompanha Obama desde Chicago e diz que os democratas devem preocupar-se com a perda do eleitorado latino.

“O voto latino vai diminuir nestas eleições, porque eles nos desprezaram,” disse. “Não há razão alguma para sair e votar em alguém.”
Ainda assim, ela insiste para que as pessoas se registrem como eleitores e que encontrem candidatos que lutem pela causa, como Gutierrez.

Obama prometeu durante a campanha de 2008 que assinaria uma lei que regularizasse milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos ainda em seu primeiro ano de mandato, mas em vez disso voltou a atenção para outros problemas, como a saúde pública, o estímulo à economia e a luta contra o aquecimento global.

Ao se aproximarem as eleições de 2012, e enfrentando uma letargia entre os eleitores hispânicos, ele prometeu novamente cuidar do assunto, tratando inclusive de agir unilateralmente, garantindo legalidade para os jovens imigrantes indocumentados conhecidos como ‘dreamers’, através de uma medida conhecida por Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA). Logo após a reeleição, tentou novamente passar uma lei no Congresso, mas alegou falta de poder para conter as deportações em larga escala. Depois que os parlamentares republicanos deixaram claro que não iriam fazer nada a respeito da questão, Obama voltou atrás e disse que agiria sozinho antes do final do verão. O verão terminou e o presidente não agiu, adiando a decisão para depois das eleições de novembro, temendo que as ações poderiam acabar sendo impopulares. Lozano diz que Obama foi uma decepção.

“Tudo que temos é o DACA, para uns poucos ‘dreamers’, e isso não é suficiente”, diz.

De sua parte, Gutierrez tem dito que espera que Obama cumpra a promessa de agir entre as eleições e o final do ano, o que seria um belo presente de natal para os imigrantes que lutam pela obtenção de uma situação legal no país.

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